• Carregando...

Desta vez, apesar da pressão, o governo não conseguiu derrubar a criação da CPI dos Fundos de Pensão, e o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), se comprometeu nesta quinta-feira com o líder do PSDB, Cássio Cunha Lima (PSDB-PB), que irá agilizar a cobrança pelas indicações e instalação da comissão.

De autoria dos senadores Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP) e Ana Amélia Lemos (PP-RS), a CPI irá investigar desvios e má gestão que resultaram em prejuízos bilionários nos fundos de pensão do Banco do Brasil (PREVI), Funcef (Caixa Econômica Federal), Postalis (Correios), Petros (Petrobras) e Serpro. Com novas assinaturas, o líder do Democratas, Ronaldo Caiado (GO), também reapresentou ontem o requerimento de criação da CPI para investigar empréstimos secretos para outros países e atuação do BNDES.

O requerimento foi lido na noite dessa quarta-feira em plenário por Renan e os 27 subscritores — número mínimo — tinham até meia noite para retirar seus nomes, mas ninguém tirou desta vez. Na primeira tentativa, com a pressão do governo, cinco senadores do PSB retiraram seus nomes e inviabilizaram, mas houve uma grande cobrança nas redes sociais.

— Fiquei de plantão até meia noite, mas apesar do cerco aos senadores do PMDB, ninguém retirou a assinatura. As Tordesilhas nós já atravessamos, agora é Renan mandar o ofício aos líderes para que indiquem os membros e possamos instalar a CPI para chamar aqui os responsáveis por esses rombos bilionários nos fundos de pensão — comemorou o líder do PSDB, senador Cássio Cunha Lima (PB).

Ele disse esperar que os funcionários desses fundos possam ajudar a investigar a existência de desvios e aplicações suspeitas, como a compra de títulos podres da Venezuela e Argentina.

— Quando avançarmos nessa investigação, a abertura dessa caixa preta vai trazer muita revolta e perplexidade à população, como aconteceu com o petrolão — prevê Cássio.

Com novas assinaturas, Ronaldo Caiado também reapresentou o requerimento de criação da CPI para investigar empréstimos secretos para outros países e atuação do BNDES. Como a CPI dos fundos de pensão, o documento foi protocolado na Mesa com o número mínimo de 27 assinaturas inclusive de senadores da base. O próximo passo é ser lido em plenário e, se ninguém retirar o apoio, instalar.

Para o senador, as novas denúncias que envolvem tráfico de influência realizado pelo ex-presidente Lula usando o banco e a mobilização de brasileiros nas redes sociais pressionando os parlamentares contra a retirada de assinaturas devem influenciar para que a comissão seja instalada.

— Faço questão de divulgar amplamente o nome desses 27 bravos senadores que entendem a importância dessa comissão para abrir a caixa preta do BNDES. É um anseio de todos saber por que que delatores da Lava-Jato disseram que o Petrolão seria ‘café pequeno’ diante do esquema montado no BNDES. Agora cabe à população brasileira acompanhar, pressionar e fiscalizar o andamento do processo — disse Caiado.

A Comissão Parlamentar de Inquérito pretende investigar irregularidades nos empréstimos concedidos pelo BNDES tanto a entidades privadas como empréstimos concedidos a governos estrangeiros a partir de 2007.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]