O primeiro-secretário do Senado, Heráclito Fortes (DEM-PI), anunciou a instalação de uma comissão de inquérito para analisar os novos atos secretos descobertos na Casa, no total de 468. Além desses, já haviam sido identificados no Senado 511 atos com nomeações de servidores e concessões de benefícios sem a publicação exibida por lei. A decisão de instalar a comissão foi aprovada no fim da manhã na reunião da Mesa Diretora da Casa.
Na tentativa de explicar como é possível que tenham aparecido de repente mais atos secretos - após o fim dos trabalhos da comissão que examinou os 511 -, Heráclito Fortes disse acreditar que pode ter havido má-fé de algum servidor, que teria inserido os 468 atos no sistema informatizado de publicações do Senado.
"Considero sabotagem, ou até mesmo molecagem, por parte de servidores que se acham fundamentalistas e acreditam que ainda vão voltar ao poder", afirmou o primeiro-secretário. Sobre a possibilidade de ter sido o ex-diretor-geral do Senado Agaciel Maia o servidor que incluiu os 468 atos no sistema, Heráclito disse: "Não gosto de 'fulanizar'. Mas, com certeza, foram pessoas de gestões passadas tentando desestabilizar a atual gestão."
O secretário afirmou que os 468 atos tratam de questões administrativas e foram todos assinados no período de 1998 e 1999, quando o presidente do Senado era Antonio Carlos Magalhães (ACM - falecido há dois anos). Heráclito disse que três foram assinados por ACM.
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