O Senado quer votar na semana que vem a indicação do ministro Teori Zavascki para ocupar uma vaga no STF (Supremo Tribunal Federal). Como a Casa vai realizar votações na terça e quarta-feira para análise da MP do Código Florestal, também será incluída na pauta a votação da indicação de Zavascki.
O ministro deve ser sabatinado pela CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) na terça-feira. No mesmo dia, a comissão vota a sua indicação. Em seguida, é a vez do plenário da Casa votar o nome de Zavascki, o que vai ocorrer até quarta.
"Eu tinha feito o compromisso de que, se houvesse a convocação do Senado para a votação do Código Florestal, eu iria fazer a sabatina do ministro. Vou só telefonar para ele e confirmar se há condição dele estar aqui na terça-feira", disse o presidente da CCJ, senador Eunício Oliveira (PMDB-CE).
A votação abre caminho para que Zavascki participe do julgamento do mensalão no STF, embora o ministro tenha declarado que ainda vai "decidir o assunto". A análise do processo deve acabar só em novembro.
Questionado na semana passada se é comum a participação de juízes em julgamentos já iniciados nos tribunais superiores, ele disse que existem casos.
"Nós temos muitos casos em que em tese é possível, mas não conheço o regimento interno do Supremo", disse.
O artigo 134 do Regimento do STF determina que não pode participar da votação ministros que não companharam a leitura do relatório e os debates, mas abre uma brecha ao permitir a participação daqueles que se acharem "esclarecidos" sobre o tema.
"Não participarão do julgamento os ministros que não tenham assistido ao relatório ou aos debates, salvo quando se derem por esclarecidos", afirma o texto do regimento.
Pressa
A orientação do Palácio do Planalto aos governistas é acelerar a votação da indicação no Senado para evitar que o STF fique com apenas 10 ministros durante o julgamento -o que permite casos de empate.
O senador Renan Calheiros (PMDB-AL), relator da indicação de Zavascki na CCJ, apresentou em tempo recorde o seu parecer na semana passada recomendando a aprovação do nome do ministro.
Renan levou apenas um dia para elaborar e apresentar seu relatório à comissão. Como o relatório foi apresentado na última quarta-feira, os senadores não podem mais pedir o adiamento da votação quando entrar em pauta.
A agilidade na apresentação do relatório é incomum na Casa. Última ministra indicada pelo governo, Rosa Weber teve que aguardar 23 dias da sua indicação até a leitura do relatório favorável ao seu nome na CCJ (Comissão de Constituição e Justiça do Senado).
No caso de Zavascki, a presidente Dilma Rousseff levou onze dias para fazer a indicação em substituição a Cezar Peluso, que deixou o STF ao completar 70 anos.
Na semana passada, Zavascki visitou senadores no tradicional corpo a corpo para a sabatina. Ele é ministro do STJ (Superior Tribunal de Justiça), conhecido por colegas pela discrição e rigor no respeito aos ritos processuais.
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