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Senado enterra MP que garantia compensação do ICMS para estados

Medida provisória que cria fundo para repor perdas dos estados não foi votada. Relator diz que assunto está encerrado no momento

Walter Pinheiro argumentou que votação não era possível sem aval do governo sobre definição de alíquotas | Wilson Dias/ABr
Walter Pinheiro argumentou que votação não era possível sem aval do governo sobre definição de alíquotas (Foto: Wilson Dias/ABr)

O Senado enterrou ontem a Medida Provisória (MP) 599, que criava um fundo de compensação para os estados que teriam perdas com a unificação das alíquotas do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), conforme foi proposto originalmente pelo governo.

De acordo com o relator da MP, senador Walter Pinheiro (PT-BA), não havia como votar o texto sem o aval do governo para o projeto de resolução aprovado pela Comissão de Assuntos Econômicos (CAE), que define as alíquotas do imposto, em desacordo com a proposta do Planalto.

"Só podíamos dar continuidade à MP se a resolução estivesse definida. Mas o governo diverge das alíquotas aprovadas na CAE. A resolução era a diretriz e a MP era sua sustentação. Agora, quando o governo vai querer repactuar isso? Em 2030?", questionou o senador.

Pinheiro decidiu encerrar a sessão que estava analisando a MP e não foi convocado novo encontro para retomar a discussão. Como a medida provisória caduca no dia 3 de junho, o senador avalia que o assunto está encerrado no momento. Para Pinheiro, só será possível uma reforma no ICMS com um novo projeto de lei complementar, de iniciativa do Executivo.

O senador decidiu não comparecer à reunião com o ministro da Fazenda, Guido Mantega, na tarde de ontem, com parlamentares que atuam na área. "Não tem mais MP, vou fazer o que lá? O governo mudou de ideia, chegaram à conclusão de que esse projeto não é bom agora. Mas alguém tinha que vir dizer isso", apontou Pinheiro.

Na última terça-feira, o líder do PMDB, senador Eunício Oliveira (CE), disse que o debate sobre a reforma do ICMS estava em "stand by", à espera de definições. O projeto que reduz as alíquotas do ICMS interestadual foi aprovado na Comissão de Assuntos Econômicos no início de maio.

Guerra fiscal

No começo desta semana, o governo decidiu retirar de pauta o projeto de lei que mudava o indexador do endividamento dos estados. A proposta foi incluída pelo deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), relator do PLC 238, que foi enviado ao Congresso Nacional como um sinal de boa vontade do governo na tentativa de aprovar a reforma do ICMS.

A redução das parcelas futuras da dívida e do aceite dos benefícios dados até agora na guerra fiscal entre os estados tinha um motivo: aprovar a reforma no principal tributo do país. O governo queria unificar gradualmente a alíquota do ICMS, que hoje varia de 4% a 7%, para acabar com a guerra fiscal entre os estados.

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