O primeiro secretário do Senado, Efraim Morais (DEM-PB), instaurou nesta quinta-feira (25) sindicância para investigar a procedência de acusações feitas em depoimento ao Conselho de Ética da Casa pelo servidor Marcos Santi contra o presidente licenciado, Renan Calheiros (PMDB-AL).
No depoimento, registrado em notas taquigráficas, Santi informou ao órgão disciplinar que Renan Calheiros adotou uma série de medidas, enquanto presidia a Casa, que dificultaram a tramitação dos processos de cassação contra ele. "Nós servidores estávamos sendo induzidos [por Renan] a raciocinar, fazer coisas ou se omitir sobre coisas que não eram corretas", disse.
Renan responde por cinco denúncias no órgão disciplinar e já foi absolvido da primeira, em que era acusado de pagar despesas pessoais com recursos do lobista Cláudio Gontijo, funcionário da construtora Mendes Junior.
O pedido de sindicância foi feito por Renan no dia 10 de outubro e despachado nesta quarta-feira (24).
Exoneração
Santi ainda afirma no depoimento que Renan "deixava nulidades no processo que poderiam ser alegadas lá na frente". O depoimento foi prestado no dia 28 de agosto aos senadores Jefferson Péres (PDT-AM), Renato Casagrande (PSB-ES), Marisa Serrano (PSDB-MS) e ao corregedor da Casa, Romeu Tuma (PTB-SP).
O servidor ocupava a secretaria-adjunta da Mesa Diretora e deixou o cargo na véspera do depoimento ao Conselho de Ética.
De acordo com Efraim Morais, três funcionários de carreira do Senado respondem pela sindicância, que terá 30 dias, prorrogáveis por outros 30, para chegar a um resultado. "A exoneração do servidor é a última pena. Pode ser advertência ou mesmo uma suspensão", informou o primeiro secretário da Casa.
O servidor disse ao G1 que não poderia se pronunciar sobre a matéria por conta da lei 8.112, que rege a conduta de servidores públicos.
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