O presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), classificou ontem como um "absurdo" o pagamento de R$ 6,2 milhões em horas extras para 3.883 funcionários da Casa em janeiro, mês em que o Congresso Nacional estava em recesso e quando não houve sessões, reuniões e nenhuma atividade parlamentar.
A autorização do pagamento foi feita pelo senador Efraim Morais (DEM-PB) três dias antes de ele deixar o comando da primeira-secretaria, órgão da Mesa Diretora responsável pela gestão administrativa. Além da hora extra, a direção da Casa também concedeu reajuste de 111% no benefício. O teto subiu de R$ 1.250 para R$ 2.641,93.
Lavou as mãos
"Acho um absurdo. Não acho correto. É preciso verificar o que aconteceu. O caminho normal seria a suspensão do pagamento, mas não vou entrar numa atribuição que é do primeiro-secretário", disse Sarney.
Atualmente, o primeiro-secretário do Senado é Heráclito Fortes (DEM-PI). Embora tenha considerado absurdo o pagamento, Sarney disse que não pretende se reunir com Heráclito para discutir o assunto. Vai deixar para ele a iniciativa de tomar providências sobre o caso. Segundo o presidente da Casa, cada membro da Mesa Diretora tem uma função. "Não quero entrar em atribuições que não são minhas, porque aqui nós temos atribuições delimitadas. É muito cheio de suscetibilidades. São as atribuições de cada um, isso não é competência minha."
Após assumir o comando da Casa neste ano, Sarney determinou estudos para cortar gastos no Senado. "Os cortes continuam sendo feitos e o balanço mensal vai mostrar que eles têm sido significativos, mas não temos autoridade sobre cortes na parte de pessoal, porque são gastos fixos", disse o peemedebista.
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