O Senado proibiu nesta terça-feira, 17, a compra de selos pelos senadores com recursos da cota postal. A medida ocorre após o Estado de S. Paulo revelar que senadores usaram R$ 2 milhões da cota com a compra de 1,4 milhão de selos nos primeiros meses do ano, embora as cartas sejam seladas por meio de uma máquina que imprime um carimbo no envelope e não com o papel. A justificativa do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL) é que a medida atende a política de austeridade da Casa.
Um relatório de auditoria do Senado, realizado pela Coordenação de Auditoria Contábil e Financeira da Secretaria de Controle Interno, concluiu que houve falhas nos mecanismos de controle de cotas. O setor recomendou à cúpula da Casa a proibição expressa de compra de selos postais, mediante os critérios anteriores de selos postais.
O selo é considerado moeda corrente. É fácil vender para qualquer empresa que faça uso dos serviços dos Correios. Cada selo tem um valor, a depender do peso da correspondência. O preço de envio de uma carta comercial varia de R$ 1,20 a R$ 6 40. Os senadores Gim Argelo (PTB-SF) e Kátia Abreu (PMDB-TO) admitiram ao Estado que compraram selos, mas justificaram o uso para enviar correspondências aos seus eleitores.
Os senadores continuam tendo direito a cota postal, mas reduzida em 50%. De acordo com as regras, a distribuição da franquia de correspondência pelos Correios passou a ser feita com base nos seguintes parâmetros: 35% diretamente proporcional à população do Estado de origem do parlamentar; 45% distribuídos de modo inversamente proporcional ao índice oficial de utilização da internet (elaborado pelo IBGE - PNAD 2011); e 20% distribuídos igualitariamente entre os Estados.