O Senado mandou suspender pregão que autorizava gastos de quase R$ 100 mil para abastecer a residência oficial do presidente da Casa, Renan Calheiros (PMDB-AL). O edital autorizava a compra de alimentos como camarão tipo "G", filé-mignon, bacalhau e frutas raras em Brasília, como sapoti --que é típica do Nordeste, região de Renan.
O edital foi lançado em meio às medidas, adotadas pelo senador, para a redução de gastos na instituição. O presidente do Senado extinguiu o serviço médico da Casa, ampliou a jornada de trabalho dos servidores, cortou horas extras cumpridas após as 22 horas e reduziu os contratos terceirizados pela instituição.
Em contrapartida, manteve tradicionais regalias para os senadores, como gasto ilimitado com celular, compra de gêneros alimentícios para abastecer o "cafezinho" do plenário e frota renovada dos veículos oficiais.
Pelo pregão para a residência oficial, o valor de R$ 98 mil seria gasto na compra de gêneros alimentícios, produtos de limpeza e mercearia. Só com a compra de carnes, o pregão prevê gastos de R$ 44,3 mil para o Senado no prazo de seis meses.Entre as carnes que seriam adquiridas para a residência oficial estão salmão, filé-mignon, camarões tradicionais e de tamanho "G", bacalhau, carnes e linguiças para churrasco, entre outras.
Na parte de laticínios, o edital autoriza a compra de queijos refinados, como gorgonzola e roquefort, além de diversos tipos de frios.
A publicação do edital foi revelada pelo site do jornal "O Globo". Ao jornal a assessoria de Renan afirmou que as compras eram necessárias porque a residência oficial estava "desabastecida" --o que vinha obrigando Renan e sua família a comer em restaurantes.
Em nota divulgada hoje, o Senado negou que a residência esteja com carência de alimentos. "O presidente do Senado esclarece que não procede a informação de falta de alimentos na residência oficial.
Há duas semanas o Senado Federal suspendeu o processo licitatório destinado a adquirir suprimentos para residência oficial após constatar impropriedades em preços e quantidade de produtos", diz a nota.
Segundo o Senado, será realizada nova licitação para a compra dos produtos para a residência oficial com preços menores que o edital original. A determinação da suspensão do edital é da diretoria-geral do Senado por motivos de "medidas de racionalização administrativa adotadas pela Casa Legislativa e a necessidade de reavaliação dos processos de contratação".
Cafezinho
Em junho, a Folha de S.Paulo revelou que o Senado lançou edital para gastar R$ 375 mil no prazo de um ano com a compra de lanches para o "cafezinho" do plenário. O edital estipulava a compra de 2.000 pacotes de biscoito, mais de 8.000 frascos de adoçantes, 4.800 quilos de presunto e queijo, 2.000 pacotes de pão de forma, além de 2.000 litros de leite, chás e sucos, entre outros itens.
Os gastos com o lanche dos senadores e seus convidados têm custo mensal previsto no edital de R$ 31,2 mil.
Depois da reportagem, o Senado revogou o edital com o argumento de que havia "divergência" entre o atual contrato que está em vigor e a última compra, feita no ano passado. A revogação foi publicada no "Diário Oficial da União", no dia 17 de junho.
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