Um grupo de ambientalistas levou à presidente Dilma Rousseff, nesta terça-feira (29), 1,5 milhão de assinaturas contra as alterações do Código Florestal, cuja votação deve ser realizada na quarta-feira (30) no Senado.
O grupo foi recebido pelo ministro Gilberto Carvalho (Secretaria-Geral da Presidência) e expressou oposição a pontos polêmicos do texto, como a redução de áreas de preservação permanente (APPs). Eles também criticaram o que consideram ser a concessão de anistia a quem desmatou ilegalmente até 2008.
Segundo relatos de participantes do encontro, Carvalho teria afirmado que Dilma não aceitará anistia a desmatadores e que honrará compromissos assumidos.
"A presidente, no segundo turno, se comprometeu a vetar qualquer dispositivo que signifique aumento de desmatamento e anistia para desmatadores", disse a ex-senadora Marina Silva, que participou do encontro. Marina foi também ministra do Meio Ambiente no governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
No ano passado, numa tentativa de obter apoio de Marina - então candidata derrotada pelo PV - no segundo turno da eleição presidencial, Dilma divulgou carta na qual expressava "veto a propostas que reduzam área legal e preservação permanente" e "veto à anistia para desmatadores", mas reconhecia a necessidade de inovações à legislação vigente.
O texto que reforma o Código está em discussão no Senado, após ter sido aprovado na Câmara dos Deputados. Caso as modificações feitas por senadores sejam aprovados, ele retorna para votação dos deputados federais.
O grupo afirmou que pressionará Dilma a vetar pontos polêmicos caso mudanças não ocorram no projeto em discussão no Congresso.
"Se nada acontecer em termos da mudança, nós vamos para a campanha do veto para que a presidente possa fazer valer seu compromisso, que está devidamente respaldado no segundo turno", disse Marina.
Antes do encontro desta manhã, dezenas de pessoas protestaram em frente ao Palácio do Planalto contra o projeto em tramitação no Congresso.
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