O projeto do governo com a política de valorização do salário mínimo até 2015 e reajuste para 545 reais este ano deve ser votado na próxima quarta-feira, informou o senador Romero Jucá (PMDB-RR), líder do governo na Casa.
O projeto do governo foi aprovado por ampla maioria na Câmara na quarta-feira. As duas propostas da oposição, de 560 reais e 600 reais, foram derrotadas.
Segundo Jucá, que conversou com líderes oposicionistas nesta quinta, haverá votação nominal na quarta à tarde, e a oposição deve apresentar destaques com valores superiores ao proposto pelo governo, que possui maioria na Casa.
"O governo tem trabalhado junto à base e acredita concretamente na vitória por uma margem grande de votos", afirmou Jucá. Na avaliação do senador as possíveis emendas apresentadas serão rejeitadas.
O governo espera que o projeto aprovado pela Câmara não sofra alterações no Senado e siga para a sanção presidencial.
Jucá, um dos cotados para assumir a relatoria da matéria, lembrou que será editada uma medida provisória corrigindo a tabela do Imposto de Renda de Pessoa Física em 4,5 por cento, centro da meta de inflação, assim que o projeto do governo for aprovado.
FOGO AMIGO
Embora tenha maioria dos senadores, o governo deve enfrentar divergências na base. O petista Paulo Paim (RS), por exemplo, anunciou nesta quinta que apresentará emenda que fixa o valor do mínimo deste ano em 560 reais, resultado da antecipação de 15 reais do reajuste do próximo ano.
"O que eu proponho, no campo da negociação, é que haja uma antecipação do reajuste que seria dado em janeiro de 2012", declarou o senador, que se disse um defensor da política de valorização do mínimo adotada pelos governos Lula e Dilma.
O líder da bancada petista no Senado, Humberto Costa (PE), afirmou que irá "apelar fortemente" aos correligionários que não apresentem emendas. Segundo Costa, senadores do partido mantêm conversas com Paim para demovê-lo da ideia.
"Ainda ontem nós o escolhemos (o senador Paim) para a presidência da Comissão de Direitos Humanos, é um reconhecimento da bancada pelo companheiro. Nós esperamos a reciprocidade disso", afirmou o líder do PT, que disse não trabalhar com a hipótese de alguém votar contra o governo.
Senadores da bancada devem se reunir na próxima terça para discutir se fecharão questão em relação ao mínimo.
Outra estratégia que será usada para unificar o partido da presidente Dilma Rousseff na votação será uma reunião na terça com um representante da equipe econômica que irá apresentar os argumentos do governo. Na Câmara, compareceu o ministro da Fazenda, Guido Mantega, e o secretário-executivo da pasta, Nelson Barbosa.
OPOSIÇÃO
O líder do PSDB no Senado, Álvaro Dias (PR), informou que irá apresentar uma proposta de reajuste do mínimo para 600 reais - valor defendido pelo tucano José Serra na eleição presidencial do ano passado. Além disso, pretende apresentar uma emenda para suprimir um artigo do texto enviado pelo Executivo que delega à presidente da República a tarefa de determinar o valor do salário mínimo de 2012 a 2015 por decreto.
O DEM vai apresentar uma emenda com o valor de 560 para o mínimo, segundo a assessoria do partido.
Dias reconhece, no entanto, a dificuldade de vencer a base aliada na votação. Na Câmara, o governo alcançou uma ampla vantagem de votos em relação à oposição.
"Sabemos que não temos número para aprovar, mas é nosso dever oferecer a oportunidade para que senadores demonstrem independência e assumam responsabilidade diante da opinião pública", afirmou a jornalistas.
"A bancada governista está forte e unida. É início de governo, é difícil abrir dissidências."
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