O senador Alvaro Dias (PR) oficializou a sua desfiliação do PSDB e deve migrar para o PV nos próximos dias. Ele assinou o termo de sua saída nesta quinta (7), em Londrina. Dias é líder da oposição no Senado.
O desconforto do senador com o partido começou quando ele se afastou do grupo do governador do Paraná, Beto Richa (PSDB), por ter sido deixado de lado na disputa pela indicação à candidatura tucana ao governo do Estado em 2010. Apesar de terem integrado a mesma chapa em 2014, os dois não retomaram a convivência. Segundo a assessoria de imprensa de Dias, ele estava afastado da atividade partidária há mais de cinco anos.
O senador também ficou insatisfeito com algumas decisões da bancada no Senado, como a que deu apoio ao presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), em meados de 2015, quando o peemedebista anunciou oposição ao governo da presidente Dilma Rousseff e ainda não havia sido denunciado pela operação Lava Jato.
No início de dezembro, o senador acionou o TCU (Tribunal de Contas da União) para pedir a investigação sobre as assinaturas do vice-presidente Michel Temer a, ao menos, sete decretos não numerados que autorizaram a abertura de crédito ao Orçamento, totalizando R$ 10,8 bilhões.
A legalidade de decretos como esses é um dos motivos do pedido de impeachment da presidente Dilma Rousseff, aceito por Cunha. Na ocasião, o PSDB não endossou o pedido feito por Dias.
Apesar de ter dito a interlocutores que não tinha a intenção de se candidatar à Presidência pelo futuro partido, o PV pode abrir espaço para que o senador seja o escolhido para concorrer ao Planalto em 2018. Durante as negociações, Dias chegou a ser sondado também pelo PSB.
Com a mudança, o PSDB passa a ficar com 10 senadores e o PV passa a ter representação no Senado. Segundo a assessoria do senador, a escolha do PV levou em consideração três aspectos: continuar na oposição ao governo federal, fazer oposição ao governo do Paraná e não ser uma sigla com integrantes envolvidos na Operação Lava Jato.
Alvaro Dias teve duas passagens pelo PSDB. A primeira entre 1994 e 2001 e a segunda, desde 2003. Antes de ingressar no PSDB, o senador foi filiado ao PMDB, entre 1968 e 1989. Neste período, ele foi eleito deputado estadual, federal, senador e governador do Paraná. Ele também teve passagens pelo PST, PP, e PDT.
Em 2001, Dias saiu do PSDB porque o partido abriu um processo de expulsão contra ele na Comissão de Ética da Casa por ter dado apoio à CPI da Corrupção no Senado.
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