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Provável candidato do PSDB à Presidência da República em 2014, o senador e presidente do partido, Aécio Neves (MG), afirmou nesta segunda-feira (28), que "está dada a largada para a grande vitória" em 2014.

O discurso foi feito em evento do PSDB em Uberlândia (556 km de Belo Horizonte), no qual o senador foi saudado como o candidato tucano ao Planalto por 10 das 11 lideranças estaduais do partido que discursaram antes dele, entre elas o atual governador Antonio Anastasia e o ex-ministro Pimenta da Veiga, cotado para disputar o governo estadual no ano que vem.

"É chegada a hora de Minas mostrar ao Brasil o que temos de melhor. Vamos com Aécio Neves à Presidência da República", disse Anastasia.

O evento em Uberlândia foi a primeira das "Conversas com os Mineiros" realizadas neste ano. Ele deve ainda percorrer outras três cidades do Estado. O evento é parte da estratégia de Aécio e do PSDB para fortalecer o nome do senador e do partido, entre o eleitorado e possíveis aliados.

Aécio já visitou Curitiba e Maceió, em setembro, e deve ir a Manaus, Goiânia e São Leopoldo (RS), em novembro. Também estão previstas mais três cidades mineiras e outras seis em São Paulo até o fim do ano.

A intensificação das viagens do senador é uma tentativa de recuperar espaço na mídia após o anúncio da aliança da ex-ministra do Meio Ambiente Marina Silva com o PSB do governador de Pernambuco, Eduardo Campos, ambos possíveis candidatos ao Planalto, e da ampliação das visitas da presidente Dilma Rousseff a Minas Gerais.

Em entrevista após o discurso, Aécio evitou afirmar que seja ele o candidato do partido. "Não há necessidade de colocar agora uma candidatura. Estou viajando o Brasil como presidente nacional do PSDB, e buscado construir essa agenda nessa condição, de dirigente partidário", disse. "A principal arte da política é administrar o tempo", afirmou.

O deputado federal Domingos Sávio (PSDB-MG), vice-líder da bancada tucana na Câmara, diz que o nome de Aécio para a Presidência é uma unanimidade entre os correligionários, "inclusive na bancada paulista". Sávio diz que a ausência de definição oficial sobre a candidatura é uma "questão de tempo e estratégia".

"Percebo claramente, com nossos 48 deputados federais, e com a unanimidade da bancada paulista: é Aécio", diz. "Não há sequer uma voz que fale que ainda está em dúvida", disse o deputado. "Mas todos temos respeito enorme pelo ex-governador José Serra". completou.

Participaram do evento em Uberlândia, segundo a organização, cerca de 40 deputados estaduais e federais, 120 prefeitos e 200 vereadores, todos de Minas Gerais, dos 11 partidos que compõem a base do governo Anastasia.

Animação

Na entrada do salão de eventos alugado para o encontro, faixas de ao menos seis prefeituras saudavam Aécio como o futuro candidato do partido. Integrantes da juventude do PSDB de Belo Horizonte, munidos de um bumbo, duas caixas e um repique, estavam imbuídos de dar animação carnavalesco à recepção das autoridades convidadas.

Aécio foi recebido, e discursou, por alguns instantes, aos gritos da plateia de "Brasil, pra frente, Aécio presidente".

Presente ao evento e convidado para subir ao palanque no qual as lideranças tucanas discursaram, o deputado federal e ex-governador (1995-1998) Eduardo Azeredo não foi citado nem recebeu homenagens de nenhum dos 11 políticos que falaram no evento.

Azeredo é réu no caso conhecido como "mensalão tucano", um suposto esquema de financiamento ilegal de sua campanha à reeleição ao governo de Minas, do qual teria participado o publicitário Marcos Valério, condenado por envolvimento no mensalão petista.

Em seu discurso, o deputado federal Marcos Montes (PSD-MG), afirmou que a candidatura do PSDB tem o viés da "ética e da gestão".

Questionado sobre o possível impacto na campanha caso o STF (Supremo Tribunal Federal) ponha o caso em julgamento em 2014, Aécio afirmou que defende julgamento.

"Defendo que todo julgamento ocorra. Até para ficar muito claro a diferença abissal entre o que ocorreu, eventualmente se ocorreu. Em Minas, e aquilo que foi julgado e foi objeto de condenação pelo Supremo Tribunal Federal", afirmou. "Não temos que temer nada. Exercemos em Minas um governo ético e transparente", disse o senador.

Azeredo não quis dar entrevista. Mas afirmou que foi sim citado ao microfone, quando foi convidado para compor a mesa de cerimônia.

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