O senador Ciro Nogueira (PP-PI) afirmou que renuncia ao cargo se ficar comprovada qualquer vinculação entre ele e o ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa e o doleiro Alberto Youssef, ambos presos pela Polícia Federal durante a Operação Lava Jato por suspeitas de envolvimento com esquema de lavagem de dinheiro. Em entrevista à Rádio Estadão nesta terça-feira, Nogueira disse não conhecer o doleiro e afirmou que apenas se encontrou com Paulo Roberto para tratar de obras da Petrobras em seu Estado.
"Me comprometo a renunciar ao mandato de senador se houver alguma vinculação financeira, alguma vinculação que possa ter desvio de ética, de conduta da minha pessoa, com essas pessoas", afirmou o senador. Ciro Nogueira foi um dos citados pelo ex-diretor em seu depoimento à Justiça pelo acordo de delação premiada. De acordo com reportagem da revista Veja, outros onze nomes foram vinculados ao suposto esquema de pagamento de propinas na Petrobras.
Em nota encaminhada à imprensa nesta manhã, o senador reiterou sua intenção de renunciar ao mandato e negou as suspeitas de envolvimento com o esquema de corrupção. "Não há nada de verdadeiro em alegações que me coloquem como partícipe de qualquer comportamento censurável no que concerne a Petrobras ou seus ex-diretores", diz a nota.
Nesta terça o jornal O Estado de S. Paulo revelou que Alberto Youssef pagou passagens aéreas de assessores de Ciro Nogueira e Cícero Lucena (PSDB-PB). Mauro Conde Soares trabalha com Ciro desde o início do seu mandato. O senador afirmou não ter a "menor participação" ou conhecimento do caso e informou ter afastado o funcionário do cargo.
À Rádio Estadão, Ciro Nogueira disse ainda que não conhece o doleiro, mas admitiu ter participado de encontros com Paulo Roberto Costa no período em que ele era diretor de Abastecimento da estatal. A indicação do ex-diretor ao cargo foi defendida pelo partido do senador. "Estive realmente com Paulo Roberto, como todas as grandes autoridades do País, tratando de situações do meu Estado, no que diz respeito à construção de gasoduto, ao porto do Estado, à indústria sucroalcooleira em todas as audiências. Foram audiências públicas. Não temos a menor vinculação, nem financeira, nem de amizade nem relacionamento com esse doleiro", afirmou.
O senador disse ainda que assumiu a presidência do PP em abril de 2013, quando Paulo Roberto já não fazia mais parte do quadro da estatal, e não teve participação na indicação do ex-diretor para o cargo. "Sempre fui contra a qualquer indicação política na Petrobras", afirmou.
Ciro disse ainda desconhecer as denúncias envolvendo o ex-diretor e criticou a maneira como as informações sobre o depoimento de Paulo Roberto foram divulgadas. "A forma como foi vazada a delação tem caráter político muito forte. Se tem vários nomes e só falam alguns, tem alguma coisa errada." O senador informou ter pedido acesso ao depoimento ao juiz responsável pelo caso para saber em quais circunstâncias seu nome é citado pelo ex-diretor.
Congresso prepara reação à decisão de Dino que suspendeu pagamento de emendas parlamentares
O presente do Conanda aos abortistas
Governo publica indulto natalino sem perdão aos presos do 8/1 e por abuso de autoridade
Após operação da PF, União Brasil deixa para 2025 decisão sobre liderança do partido na Câmara