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Bolsonaro e Randolfe: deputado negou agressão a senador | Márcia Foletto/Ag. O Globo
Bolsonaro e Randolfe: deputado negou agressão a senador| Foto: Márcia Foletto/Ag. O Globo

A visita de parlamentares federais e membros de comissões da Verdade ao 1º Batalhão de Polícia do Exército, na Tijuca, no Rio de Janeiro, foi marcada por agressões e xingamentos. O senador Randolfe Rodrigues (PSol-AP) acusou o deputado federal Jair Bolsonaro (PP-RJ), oficial da reserva do Exército, de ter lhe dado socos durante a confusão ocorrida na entrada do quartel, onde funcionou o Destacamento de Operações de Informações — Centro de Operações de Defesa Interna (DOI-Codi), centro de tortura no Rio durante a ditadura militar.

O tumulto, que durou pouco menos de um minuto, aconteceu quando Bolsonaro tentou entrar no quartel. Ele não integrava a lista de visitantes. Rodrigues e o também senador João Capiberibe (PSB-AP) tentaram impedi-lo. Houve troca de desaforos, dedos em riste e muito empurra-empurra.

"A única intenção dele era tumultuar e impedir a nossa visita. Eu e o senador Capiberibe colocamos o braço no portão do quartel, para tentar impedi-lo de entrar", afirmou Rodrigues. "Ele me deu alguns socos por baixo, que pegaram na minha barriga. É o procedimento dele. Bolsonaro faz parte de um Brasil que vamos virar a página. E não se pode virar uma página que não foi lida." O PSol anunciou que vai entrar com ação contra o Bolsonaro no Conselho de Ética da Câmara.

Bolsonaro negou. "Não dei soco em ninguém. Capiberibe colocou a mão no portão para eu não entrar. Randolfe se meteu no meio e me chamou de vagabundo. Houve, então, uma troca de elogios e empurrões. Só isso", garantiu. "O importante é que eles não conseguiram me impedir de entrar no quartel. Essa é a democracia deles: de uma opinião só."

O tumulto só foi contornado após o comandante do batalhão, tenente-coronel Luciano Simões, permitir a entrada de todos. Bolsonaro não acompanhou a comitiva. Enquanto os integrantes das comissões nacional e estadual da Verdade visitavam o prédio onde funcionou o DOI-Codi, ele ermaneceu no pátio.

Participaram da visita quatro integrantes da Comissão da Verdade do Rio, além do procurador regional dos Direitos do Cidadão Jaime Mitropoulos e da deputada federal Luiza Erundina (PSB-SP), que havia sido proibida de entrar no local na semana passada pelo Exército. O jornalista Álvaro Caldas mostrou aos visitantes os locais onde ficavam as celas dos presos políticos e as salas usadas para as torturas. Ele esteve preso no local em dois períodos: entre 1970 e 1972, e uma semana em 1973.

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