Brasília (AE) Por iniciativa da senadora Heloísa Helena (PSOL-AL), seu correligionário, senador Geraldo Mesquita (AC), pode ser alvo de um processo por quebra de decoro parlamentar. Se for condenado, perderá o mandato e ficará inelegível pelo prazo de oito aos, a contar do fim do período para o qual foi eleito. Ele é acusado de cobrar mensalinho de 40% do salário de funcionários lotados em seu gabinete no Senado.
A denúncia publicada ontem no Jornal do Brasil apresenta como prova a gravação da conversa do ex-funcionário de Mesquita Paulo dos Santos Freire com a chefe do escritório do senador no município de Sena Madureira, Maria das Dores Siqueira da Silva, conhecida com Dóris.
Na conversa, Paulo pede que ela o ajude a recuperar os R$ 410 do salário de R$ 1 mil que tinha de entregar todos os meses. Dóris afirma que ela também é obrigada a quitar com parte do seu salário as despesas do escritório. Diz ainda que Paulo aceitou fazer o acordo (de pagar o mensalinho) ao senador.
O senador negou as acusações. Geraldo Mesquita disse que as doações de salário eram "voluntárias" e que não vê nada que aponte para falta de decoro. "Eu não vejo irregularidade no fato de pessoas que estão comigo no escritório político, que são ligadas a mim politicamente, que são militantes me ajudem a fazer face às demandas enormes, bem maiores que nossas possibilidades reais", alegou. Ele acusou o governo de montar uma "farsa" para desacreditá-lo. "É um diálogo maluco o da gravação. A tentativa é de me intimidar. Isso foi plantado para me atingir", alegou. Visivelmente abatida, Heloísa Helena encaminhou um ofício ao presidente do Conselho de Ética do Senado, João Alberto (PMDB-MA), pedindo que ele "tome as providências cabíveis ao caso de descumprimento de preceitos sobre o decoro parlamentar". A matéria do jornal seguiu anexa.
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