O senador Clésio Andrade (PMDB-MG) renunciou ontem ao mandato parlamentar. Oficialmente, ele deixou o cargo para cuidar da saúde e voltar a suas atividades profissionais Clésio é presidente licenciado da Confederação Nacional dos Transportes (CNT). Nos bastidores, porém, especula-se que a renúncia foi para escapar do julgamento Supremo Tribunal Federal (STF) do processo do mensalão tucano (ou mineiro), do qual é réu.
Na ação do mensalão tucano, Clésio responde por peculato (desvio de dinheiro público) e lavagem de dinheiro. Por ser senador, ele tinha direito ao foro privilegiado ou seja, ser julgado pelo STF. Com a renúncia, ele perde o benefício e seu processo seguirá para a primeira instância da Justiça Federal.
O Ministério Público acusa o agora ex-senador de participação no desvio de R$ 3,5 milhões de estatais mineiras para a campanha à reeleição do ex-governador Eduardo Azeredo (PSDB-MG). Clésio era candidato a vice na chapa de Azeredo. O peemedebista também já foi vice-governador no primeiro mandato de Aécio Neves no comando de Minas Gerais (2003-2006).
Em fevereiro, Azeredo também renunciou ao mandato de deputado federal o que igualmente levou o seu processo no STF do mensalão mineiro para a primeira instância da Justiça.
Carta
Na carta de renúncia, Clésio Andrade alega que a renúncia teve por motivo a preocupação em não gastar recursos públicos com uma licença médica por meio da qual ele continuaria a receber salário de senador. "Não optei por licença, uma vez que considero prejuízo ao Erário público o recebimento sem o respectivo desempenho das funções e para ser coerente com a austeridade que imprimi durante todo o meu mandato de Senador com relação às verbas de representação e gastos com o Gabinete", afirmou no texto. O peemedebista agradeceu ainda ao povo mineiro e aos senadores com a "certeza do dever cumprido"
Quem vai assumir a vaga de Clésio no Senado é Aureliano Chaves Filho, filho de Aureliano Chaves, vice-presidente do governo João Figueiredo (1979-1985).
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