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O presidente do PSDB, o senador Tasso Jereissati, disse nesta segunda-feira (20) que a corrupção é um "câncer" no país. E que o presidente do senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), alvo de processo de cassação, "está sendo sustentado pelo PT". Ele acusou ainda o presidente Luiz Inácio Lula da Silva de proteger "delinqüentes", em referência aos 40 denunciados no caso do mensalão. As declarações foram feitas no seminário nacional do partido, realizado em Curitiba, que reuniu lideranças do PSDB.

"A corrupção é um verdadeiro câncer que assola o país. Quando a população vê, por exemplo, toda a quadrilha dos mensaleiros impunes, faz com que o país todo não creia mais que valha a pena ser honesto. É um erro brutal do governo Lula de estar protegendo esses delinqüentes", afirmou.

Jereissati também não poupou críticas ao suposto apoio do PT a Renan, que sofre processo de cassação por ser suspeito de ter contas pagas por um lobista da Mendes Júnior, de favorecer a cervejaria Schincariol em troca de vantagens e comprar uma empresa de comunicação e uma rádio em nome de "laranjas". Jereissati declarou estar "apreensivo", inclusive com "atitudes ligadas ao Ministério da Justiça". "O Renan depende do PT, é sustentado pelo PT", insistiu.

Manobra

As denúncias publicadas na imprensa de que os governistas tentam uma manobra para decidir o futuro de Renan sem passar pela votação aberta no Conselho de Ética do Senado -- a Mesa chamaria para si a decisão, colocando o assunto para ser votado em eleição secreta no plenário, o que evitaria a exposição dos senadores à opinião pública --, não preocupa Jereissati. "Com a terceira representação contra Renan, a situação dele está difícil. A não ser que ele apresente contraprovas esclarecedoras. O voto secreto no Senado é um obstáculo, mas espero que se tenha a consciência de que o que está em jogo é a credibilidade não de um senador, mas do Senado", avaliou.

Tasso não acreditar na possibilidade de que parlamentares filiados ao DEM (ex-PFL) estejam participando de um acordo para absolver Renan em troca de benefícios. Outros tucanos entrevistados não descartaram, no entanto, a existência dessa tentativa por parte do governo. Como a oposição decidiu obstruir as votações no Senado até conseguir tirar Renan da presidência e a base aliada tem pressa para aprovar a prorrogação do chamado "imposto do cheque", a CPMF, até 2011, os governistas têm interesse em resolver logo o caso.

O deputado federal paranaense Gustavo Fruet informou que está sendo investigada a utilização do Congresso para a defesa de Renan. "Isto compromete profundamente a instituição. O que nós não aceitamos mais é que se prolongue esta discussão e que o governo, na pressa de aprovar a prorrogação da CPMF, estabeleça uma barganha. Como, por exemplo, em troca da absolvição de Renan, ofereça a renúncia dele na seqüência para liberar a pauta de votação no Senado", alertou.

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