Indignada com a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) de autorizar a posse ao senador eleito e enquadrado como ficha-suja Jader Barbalho (PMDB-PA), a senadora Marinor Brito (PSOL-PA) acusou o presidente da Corte, Cezar Peluso, de "golpe" contra a Lei da Ficha Limpa.

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Marinor, que perde a vaga no Senado com a posse do peemedebista, disse que, enquanto suas pernas aguentarem, vai continuar lutando para se manter no exercício do mandato. Disse ainda que impetrará um recurso no Supremo para reformar a sentença, pedindo que seja mantida no cargo até que o recurso seja decidido.

"Foi um golpe antecipado no Ficha Limpa e o responsável por esse golpe é o ministro Peluso. Ele tomou uma decisão unilateral para privilegiar interesses e a pressão do PMDB. Privilegiou interesses de um corrupto que o povo do Pará votou para varrer para fora da vida pública", atacou Marinor.

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Ela estava acompanhada de parlamentares do PSOL e disse que seu sentimento é o de uma cidadã sendo traída pela Justiça brasileira. "Com uma decisão polêmica dessas decidida por voto de desempate perde o Brasil e a democracia. Esse é um momento muito cruel para a vida política brasileira. Mas continuarei de cabeça erguida, exercendo meu mandato. Vou recorrer e tenho direito de ficar no cargo até que o recurso seja decidido. E o Paulo Rocha (do PT) também pode recorrer. Enquanto minhas pernas aguentarem, vou lutar", disse Marinor Brito.

A posse de Jader deve ser marcada para antes do início do recesso parlamentar, dia 22. O presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), tem dado prazo de cinco sessões para que os substitutos façam sua defesa. Foi assim no caso Cássio Cunha Lima (PSDB-PB) e de João Capiberibe (PSB-AP).