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Cristovam lamentou que Dilma receba ameaças em vez de ajuda | Waldemir Barreto/Ag. Senado
Cristovam lamentou que Dilma receba ameaças em vez de ajuda| Foto: Waldemir Barreto/Ag. Senado

Fala, presidente

Brasil é feito de "cidadãos de bem"

A presidente Dilma Rousseff fez ontem, em Brasília, um discurso breve, porém duro, dizendo que "o país é composto de cidadãos de bem, que abominam o crime e prezam a legalidade". E avisou que fará tudo para coibir "abusos, excessos e afrontas à dignidade de qualquer cidadão que venha a ser investigado".

Segundo Dilma, o seu governo quer "uma Justiça eficaz e célere, mas sóbria e democrática". Ela discursou na cerimônia de posse do procurador-geral da República, Roberto Gurgel.

"Onde ocorrerem malfeitos, onde o crime organizado atuar, nós iremos combater com firmeza, utilizando todos os instrumentos de investigação e punição, sempre contando com a isenção do Ministério Público, com a eficiência da polícia e com o poder de decisão do Judiciário", afirmou.

Dilma defendeu igualdade de todos perante a lei e rigorosa presunção de inocência. A fala foi tida como uma crítica velada ao comportamento da Polícia Federal no caso da prisão de servidores do Ministério do Turismo, que provocou a ira de parlamentares.

O senador Pedro Simon (PMDB-RS) inaugurou ontem à tarde uma série de discursos em apoio às ações da presidente Dilma Rousseff no combate à corrupção. Simon, Cristovam Buarque (PDT-DF) e Ana Amélia (PP-RS) encabeçam uma frente pluripartidária de senadores que decidiu defender, publicamente, as iniciativas de Dilma contra atos ilícitos no poder público.

"Não é alinhamento automático, é apoio a ações de governo", definiu Ana Amélia. No final de seu pronunciamento, ela pediu à presidente que "não ceda a pressões de grupos determinados e prossiga em suas decisões".

"Presidente, apure o que deve ser apurado, não há nenhuma chantagem em cima da senhora para parar o que está fazendo. Continue, com grandeza, responsabilidade, seriedade, magnitude, espírito republicano. Mas continue", disse Simon.

Cristovam Buarque disse que o governo passa por uma crise moral que deve se transformar em oportunidade de mudanças. Mas ele aconselhou a presidente a ouvir os parlamentares que não têm interesse em fazer indicações no governo. "É importante pôr corruptos na cadeia, mas mais importante é não haver corrupto em nenhum governo", resumiu.

Ana Amélia, Simon e Cristovam assinaram requerimentos de comissões parlamentares de inquérito (CPIs) contra o governo Dilma. No caso, pedindo a investigação da evolução patrimonial do ex-chefe da Casa Civil Antonio Palocci.

No entanto, esse grupo passou a defender a criação de uma frente suprapartidária em apoio a Dilma depois que partidos da base aliada ao governo ameaçaram retaliar a presidente devido à "faxina" que ela deflagrou contra a corrupção, começando pelo Ministério dos Transportes e, depois, atingindo o Ministério da Agricultura.

O líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), não estava presente à sessão e nem o líder do PMDB, Renan Calheiros (AL), um dos principais aliados do governo.

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