Três senadores subiram à tribuna do Senado ontem para cobrar explicações do senador Demóstenes Torres (GO), líder do DEM na Casa,> Ele foi gravado pela Polícia Federal em conversas com o empresário de jogos Carlinhos Cachoeira preso na operação Monte Carlo acusado de chefiar uma quadrilha que explorava caça-níqueis. Numa das conversas, Demóstenes aparece pedindo que Cachoeira o ajude a pagar R$ 3 mil com despesas com táxi-aéreo.
Pedro Taques (PDT-MT), Ana Amélia Lemos (PP-RS) e Jorge Viana (PT-AC) pediram que o senador faça um novo pronunciamento ao Senado com a sua versão dos fatos, como forma de resgatar a imagem do Legislativo. Os três senadores haviam saído em defesa de Demóstenes no dia 6 de março, quando o líder do DEM no Senado ,subiu à tribuna para apresentar sua versão sobre as primeiras denúncias que o ligam a Cachoeira. Na ocasião, 44 senadores prestaram solidariedade ao democrata em apartes ao seu discurso.
Com novas acusações contra o senador, os três mudaram o tom e passaram a cobrar explicações. "Não podemos tampar o sol com a peneira. O caso é grave. Esta Casa da federação não terá moral para convidar, intimar qualquer cidadão a depor em suas comissões se nós não ouvirmos os esclarecimentos do senador Demóstenes", afirmou Taques.
Para Jorge Viana, Demóstenes deve fazer um novo pronunciamento na tribuna do Senado para apresentar sua versão dos fatos. "Eu fui um dos que falei que achava importante a manifestação dele que, pelas atitudes que têm tomado, era merecedor do meu respeito. De lá para cá, a situação tem se agravado fortemente", disse o petista.
O senador Alvaro Dias (PSDB-PR) disse que a investigação que liga Demóstenes a Cachoeira, "cria um grande constrangimento". Segundo o senador tucano, é preciso aguardar a conclusão da investigação, mas a situação demonstrado em inquérito, "cala um pouco uma das vozes mais fortes e autorizadas da oposição."
Questionado sobre a viabilidade de uma CPI no Senado para investigar as relações de políticos com Cachoeira, Alvaro afirmou que seria "ridículo" porque o inquérito da Operação Monte Carlo, que flagrou telefonemas entre os dois, é de 2009.
Presente
Demóstenes admite que recebeu de Cachoeira um telefone especial para conversas entre os dois. O democrata também ganhou de Cachoeira um fogão e uma geladeira, presentes que, segundo Demóstenes, foram oferecidos por um "amigo" quando se casou, no ano passado.
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