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Senadores do PSDB estão divididos sobre a necessidade de o partido apresentar representação no Con­­­selho de Ética contra o líder do PMDB, senador Renan Ca­lheiros (AL), que trocou acusações com o se­­­nador Tasso Jereissati (PSDB-CE) no plenário da Casa na quinta-feira.

A cúpula do PSDB estuda in­­­­gressar com representação por quebra de decoro parlamentar con­­­tra Renan, uma vez que o regimento do Senado não permite xingamentos entre os parlamentares. A ideia, porém, não é unanimidade na legenda.

No auge do bate-boca, Renan disse fora do microfone do plenário que Tasso era um "coronel de merda". O tucano também se dirigiu ao peemedebista como "cangaceiro de terceira", o que forçou uma pausa da sessão por dois mi­­­­nutos.

O senador Alvaro Dias (PSDB-PR) disse que o partido não deve in­­­­­gressar com a representação no Conselho de Ética, uma vez que o PSDB já encaminhou denúncias contra o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), ao colegiado.

"Já há representações lá. O que considero mais adequado é concluir aqueles procedimentos. É mais prudente dar sequência às investigações já iniciadas", disse o tucano ao lembrar que Renan é um dos principais aliados de Sarney na Casa.

Tasso, por sua vez, cobrou do presidente do Senado a instauração de representação porque considera que Renan quebrou o decoro parlamentar ao xingá-lo no plenário. O tucano requisitou à Mesa Diretora do Senado os áudios da sessão plenária para comprovar que o líder do PMDB o desrespeitou durante o bate-boca.

"Eu requisitei os áudios da discussão e vou entregar ao partido essa situação. Vou discutir com todo o PSDB se entraremos com representação por quebra de decoro parlamentar. Agora, o nível da tropa de choque passou de todos os limites. Ele me chamou de "coronel de merda’ e todo mundo ouviu", disse Tasso.

Numa postura de cautela, o presidente do PSDB, senador Sérgio Guerra (PE), disse que vai analisar nos próximos dias o pedido de representação. O tucano quer esperar a poeira baixar antes de definir se vai protocolar o pedido de investigação no conselho contra Renan.

Ataque

Sarney presidia a sessão plenária no momento em que Tasso e Renan deram início ao bate-boca. "Senador Renan, não aponte esse dedo sujo para cima de mim. Estou cansado das suas ameaças", disse Tasso, após discurso do peemedebista em que ele atacou Virgílio.

"O dedo sujo, infelizmente, é o de Vossa Excelência. São os dedos dos jatinhos que o Senado pa­­gou", respondeu Renan, referindo-se ao fretamento de jatos pelo tucano, utilizando sua cota de passagens aéreas. "Pelo menos era com o meu dinheiro. O jato é meu. Não é o que o senhor anda, o dos seus empreiteiros", retrucou o tucano.

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