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A disputa pelo governo do Paraná chegou a Brasília. Os senadores Osmar Dias (PDT) e Flávio Arns (PT), candidatos ao governo, utilizaram o Senado Federal nesta semana para se defender de críticas feitas pelo governador Roberto Requião (PMDB), candidato à reeleição.

Requião afirmou, na semana passada, que teve de "lutar sozinho" pelo Paraná e disse ter descoberto que "aqueles que deveriam representar o estado em Brasília estavam apenas pensando na campanha". Segundo o governador, "foi triste perceber que os senadores eleitos pelos paranaenses, em nenhum momento, agiram em defesa do estado".

Essas declarações irritaram os adversários. Osmar Dias disse que só foi procurado pelo governador para debater assuntos do estado uma única vez, desde o início do mandato, em 2003. Flávio Arns, por sua vez, afirmou que nunca foi acionado por Requião para qualquer reunião.

"Usei o canal que tinha para me defender", disse Osmar Dias, ao justificar seu discurso no Senado. "Dizer que não estávamos trabalhando é porque não sabia que o Senado estava em recesso. Eu quero debater o Paraná, não o que é sem importância", afirmou. "Não posso concordar com todas as teses do Requião. Ele quer que defendamos ele e algumas políticas dele que nem sempre são as melhores." Osmar Dias criticou o governador por, segundo ele, descumprir o dispositivo constitucional que exige a aplicação de 25% do orçamento para a educação. "O governo do Paraná anuncia que a educação no estado é modelo, mas aplica apenas 19% do orçamento em educação. Os 6% que não são aplicados representam R$ 1,6 bilhão a menos." O pedetista, na tribuna do Senado, defendeu ainda a derrubada do veto de Requião ao projeto que cria o plano de carreira dos servidores da educação básica, assunto que foi polêmica nesta semana na Assembléia Legislativa.

De acordo com Flávio Arns, é um "absurdo" por parte do governador dizer que os senadores são ausentes e que não pensam no Paraná. "Ele tem uma visão muito estreita a respeito do que significa ajudar o Paraná", afirmou o petista, alegando que Requião "desfalcou o estado no contexto nacional e em Brasília".

Flávio Arns afirmou que concorda com Osmar Dias quanto à derrubada do veto ao projeto do plano de carreira dos servidores da educação básica. "Na educação, tanto os professores quanto os funcionários devem ser valorizados, principalmente financeiramente."

O senador Alvaro Dias (PSDB), que disputa a reeleição, também entrou no questionamento às críticas do governador. "Estou toda semana em Brasília e não devo satisfações ao Requião."

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