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A Polícia Civil do Ceará está investigando o seqüestro do empresário José Elizomarte Fernandes Vieira, um dos envolvidos no roubo no Banco Central de Fortaleza. Ele foi abordado por pelo menos dois homens na última terça-feira à noite, quando deixava a sua empresa, a Brilhecar, uma revendedora de veículos onde os assaltantes compraram carros após o roubo.

Os seqüestradores já fizeram dois contatos e exigiram que a polícia e a imprensa ficassem fora do caso. Com medo, a família negou o seqüestro e contou que o empresário teria sido vítima apenas a de um assalto. Ainda não há pista dos seqüestradores.

José Elizomarte, conhecido como Neném, e o irmão dele , Francisco Dermival Fernandes Vieira, foram indiciados por crime de lavagem de dinheiro. Eles venderam onze carros para integrantes da quadrilha e receberam o pagamento à vista. Ao serem presos, devolveram o que teriam ganho com o negócio: R$ 980 mil em espécie. Os irmãos passaram 42 dias na carceragem da Superintendência da Polícia Federal, mais foram soltos graças a um habeas-corpus.

Esse e o terceiro seqüestro de pessoas ligadas ao roubo do Banco Central. O seqüestro de Elizomarte só começou a ser investigado pele Departamento de Inteligência da Polícia Civil ontem porque o advogado da família pediu a um juiz que a investigação fosse feita pela Polícia Federal. O argumento usado foi que o seqüestro teria relação provável com o roubo ao Banco Central, mas a PF decidiu passar o caso para a polícia estadual.

O carro de Elizomarte, uma caminhonete F-1000, foi abandonado num bairro próximo à sede da empresa. A PF periciou o carro. As digitais encontradas serão comparadas com as que foram colhidas em outros carros usados pela quadrilha e também com as obtidas na casa que os assaltantes usaram como base para escavar o túnel até a caixa-forte do banco.

O delegado da PF que preside o inquérito do roubo do BC, Paulo Sidney, disse achar que o excesso de exposição na imprensa e a divulgação do patrimônio do empresário podem ter feito dele um alvo fácil para criminosos comuns. Já para um dos delegados da Polícia Civil não resta dúvida sobre a participação dos ladrões do BC.

- É possível que eles (os irmãos) tenham ficado com muito dinheiro. Agora, José Elizomarte estaria sendo vítima de uma briga interna da quadrilha. Alguém acha que trabalhou demais e recebeu de menos e pode estar indo atrás do dinheiro - disse o delegado Francisco Crisóstomo, do Departamento de Inteligência da Policia Civil.

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