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Um homem armado, que ameaça matar a ex-mulher dentro de um ônibus, libertou mais 13 reféns na tarde desta sexta-feira, depois de mais de 9 horas de sequestro. Ao menos o homem, sua ex-mulher e o cobrador permanecem dentro do ônibus, parado em um acostamento da rodovia Presidente Dutra, na altura do município de Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense.

Os reféns, todos homens, deixaram o veículo pela janela do motorista. O sequestro teria motivação passional, segundo a polícia.

``Ele nos disse que não queria ferir nenhum refém, que a história dele era com a ex-mulher. Em uma ação passional precisamos de muito cuidado'', disse o comandante-geral da Polícia Militar do Rio, coronel Hudson de Aguiar Miranda. Segundo o coronel, há cerca de oito pessoas dentro do ônibus. ''Ele não está pedindo mais nada. A questão é que não sabe como vai recomeçar a vida diante da situação que ele provocou'', disse a jornalistas.

O vendedor ambulante André Ribeiro da Silva, com idade entre 30 e 40 anos, teria vivido com a ex-mulher durante dez anos e estaria separado há quatro meses.

O sequestrador, segundo alguns passageiros já libertados, estaria revoltado por ter sido traído pela ex-mulher e ameaça matá-la e depois se suicidar. Os passageiros contaram que a mulher foi agredida algumas vezes pelo sequestrador.

O Batalhão de Operações Especiais da PM (Bope) está no local e comanda as negociações. Um pastor evangélico, a mãe do sequestrador, um irmão e uma irmã dele foram ao local para ajudar a convencê-lo a soltar os reféns.

Até o início da tarde, cerca de 19 passageiros do ônibus prestaram depoimento na Delegacia de Nova Iguaçu.

No momento em que o homem anunciou o sequestro, pouco depois das 8h, o ônibus estava lotado, mas os reféns foram liberados no transcorrer das negociações.

``A nossa estratégia é vencê-lo pelo cansaço, e ele já começa a apresentar os primeiros sinais de cansaço físico e emocional. É um quadro delicado. O sucesso depende acima de tudo da vítima principal, que é a ex-mulher dele'', explicou no fim da manhã o inspetor da Polícia Rodoviária Federal Hélio Dias. A ex-mulher já fizera duas denúncias contra ele na Delegacia de Atendimento à Mulher de Nova Iguaçu. Pelo incidente desta sexta ele pode ser processado por sequestro e cárcere privado, crimes considerados hediondo e inafiançáveis.

O incidente lembrou outro sequestro em um ônibus no Rio de Janeiro. Em junho de 2000, Sandro do Nascimento -- um sobrevivente da chacina da Candelária, de 1993 -- sequestrou o ônibus 174.

O sequestro, que durou 4 horas, culminou com a morte de uma das reféns, Geisa Gonçalves, com quem Nascimento, ao resolver se entregar, havia descido do ônibus. Um policial, tentando salvar a refém, atirou na direção do sequestrador, mas errou o tiro e Nascimento, conforme havia ameaçado, atirou contra a passageira. Sandro do Nascimento acabou sendo morto por asfixia, na viatura policial, depois de ser rendido.

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