O homem identificado apenas como Ivanildo, que mantém uma mulher e duas crianças reféns desde o meio-dia de terça-feira, pediu à polícia uma pessoa para negociar uma possível rendição. Os policiais que atuam no caso estão reunidos há mais de uma hora, para decidir sobre o caso. O seqüestro da mãe e seus dois filhos em Campinas entra no terceiro dia. Mara Silvia de Souza, de 29 anos, e Tiago, de 10, eVitor, de 7, estão em poder do seqüestrador desde o meio-dia de terça-feira.

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A polícia esperava que o desfecho do caso fosse rápido, mas a tensão só vem aumentando, principalmente depois que a polícia descobriu tratar-se de um bandido com perfil mais perigoso do que se pensava inicialmente. Na manhã desta quinta-feira (26/4), ele propôs trocar cigarros e água por crianças, mas depois recuou. O telefone fixo da casa também foi cortado.

A madrugada desta quinta-feira foi de apreensão na casa da Rua Cneo Pompeo de Toledo, no Jardim Novo Campos Elíseos. Por volta das 0h30m, segundo o frentista Isvaldo Oliveira, pai das crianças, o criminoso pediu aos policiais dois extintores e as chaves do carro da família para fugir. Os policiais chegaram a entregar os extintores, mas o bandido voltou atrás. A conversa foi suspensa uma hora depois. Durante a noite desta quarta-feira, a polícia também tentou localizar uma irmã de Ivanildo, mas segundo a polícia, ele disse coisas desconexas em relação à família dele. No momento, as negociações estão novamente paradas.

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Cerca de 50 policiais militares e do Corpo de Bombeiros cercam o local, mas a casa onde o seqüestrador está com as vítimas fica nos fundos de outra residência, o que dificulta a visualização dos policiais. Mesmo assim, a polícia garante que as vítimas estão bem, já que foram feitos contatos telefônicos pelo celular. Nesta quarta, um padre tentou ficar no lugar dos reféns, mas a polícia recusou .

O drama da família começou quando o bandido, que havia roubado uma loja de jogos eletrônicos, invadiu a residência durante a fuga de um policial. A polícia cercou o local e passou a negociar a libertação de Mara de Souza e seus filhos. No meio da tarde de terça, o menino de 4 anos foi solto em troca de um colete à prova de balas. Integrantes do Grupo de Ações Táticas Especiais (Gate) de São Paulo acompanham o caso.

A expectativa da polícia é de que o seqüestrador seja vencido pelo cansaço, mas há informação de que há comida na casa pelo menos até o final de semana. O fornecimento de água e energia já foi cortado deste a terça-feira. O pai dos meninos não estava em casa na hora da rendição e acompanha as negociações do lado de fora.

Perfil mais perigoso

O bandido que mantém os reféns tem um perfil mais perigoso do que a polícia pensava inicialmente. Segundo os policiais, ele tem passagens por roubo, tráfico de drogas e formação de quadrilha. Antes, a informação era de que ele tinha passagem por furto - crime sem uso de arma de fogo. Também foi corrigido seu nome: ele se chama Ivanildo, e não Felipe, e tem 35 anos, e não 26. Para a polícia, este novo perfil torna a situação mais arriscada do que se imaginava. A polícia mantém o sobrenome dele em sigilo.De acordo com a polícia, Felipe seria o comparsa do acusado, que conseguiu fugir.

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Segundo o major Luciano Casagrande, o diálogo está difícil já que o acusado está nervoso e falava muito, sem dar chance para o negociador. Na tarde desta quarta, houve uma tentativa de trocar uma das crianças por outro colete à prova de balas, mas a negociação não avançou. Segundo uma prima dos reféns, o criminoso deu tiros durante a noite de terça-feira e chegou a ameaçar os reféns com gás de cozinha.

- Ele não está ouvindo o negociador. Estamos deixando que ele retome as negociações - disse o policial.

Ivanildo e os reféns estão em um quarto nos fundos da casa de quatro cômodos. A porta do quarto está bloqueada por um beliche.

O assaltante pede um carro para a fuga. A dona-de-casa se dispôs a servir a ele como escudo na fuga para que seus filhos sejam liberados. A polícia, porém, afirma que só é possível qualquer negociação com a liberação de todos os reféns.

Segundo um policial, o assaltante tentou colocar a dona-de-casa Mara Souza Thomaz à frente da negociação. A proposta teria chegado aos policiais num telefonema feito pela própria vítima ao celular do marido.

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A polícia, porém, descartou a proposta. O major Casagrande afirmou que a postura da vítima dificulta a situação da polícia.

- Essa atitude fortalece as exigências do seqüestrador, que acaba se sentindo dono da situação - disse o policial.Policiais querem vencer bandido pelo cansaço - Odival Reis - Diário de S. Paulo Para os policiais, Ivanildo não aparenta transtornos mentais, mas alterna períodos de nervosismo e de calma.

- Temos todo o tempo do mundo e vamos aguardar para que não ocorra nenhuma ação precipitada, nem da polícia, nem dele - afirmou o major pela manhã

A avó das crianças, que sofre de hipertensão, passou mal durante a madrugada de quarta-feira e teve de ser atendida pelo Samu. Segundo a polícia, as crianças não entendem o que está acontecendo e querem apenas sair da casa.

- Temos que aguardar com paciência. Nosso objetivo é que todos saiam ilesos - afirmou o tenente João Brás Oliveira.

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Ivanildo e um comparsa assaltaram uma loja de games numa galeria do bairro e fugiram a pé. Um policial à paisana teria interceptado a fuga e, segundo vizinhos, pelo menos 4 tiros foram ouvidos. Ivanildo pulou muros, passou por um estabelecimento comercial, um terreno baldio e chegou até a residência onde estavam a mulher e seus três filhos. O outro assaltante, Felipe, conseguiu fugir.