Reportagem do jornal O Globo publicada nesta sexta-feira (3) afirma que o ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado, delator da Lava Jato, disse em depoimento ter arrecadado e repassado mais de R$ 70 milhões de dinheiro desviado da estatal que ele comandava para o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), para o senador Romero Jucá (PMDB-RR) e para o ex-presidente e ex-senador José Sarney (PMDB-AP). Também teriam sido beneficiados outros líderes do PMDB – partido do presidente interino Michel Temer.
O jornal relata que, na delação, Machado diz que a soma mais expressiva – de R$ 30 milhões – foi destinada para Renan. O presidente do Senado é padrinho político de Machado e um dos principais responsáveis pela indicação de Machado para a presidência da Transpetro – subsidiária da Petrobras responsável pelo transporte de combustíveis. Machado chegou à estatal em 2003, durante o governo Lula. Só deixou o cargo em 2014.
Segundo a reportagem, Machado ainda afirmou ter repassado cerca de R$ 20 milhões para Sarney e outros R$ 20 milhões desviados da Transpetro para Jucá. Outras lideranças do PMDB que teriam recebido propina seriam os senadores Edison Lobão (PMDB-MA) e Jáder Barbalho (PMDB-PA).
Áudios bombásticos
Machado gravou conversas com lideranças do PMDB para negociar uma acordo de delação premiada com a Lava Jato. Renan, Jucá e Sarney foram alvo das gravações. O áudio em que Jucá diz que é preciso “estancar a sangria” da Lava Jato levou à demissão do peemedebista do Ministério do Planejamento de Temer. Foi o primeiro ministro a cair por causa da Lava Jato. O segundo foi Fabiano Silveira, ministro da Transparência, também flagrado nas gravações de Machado. Silveira criticava a Lava Jato e discutia com Renan estratégias para que o senador escapasse das investigações.
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