O juiz federal Sergio Moro determinou que o pecuarista José Carlos Bumlai, preso na Operação Lava Jato desde 24 de novembro, seja submetido a uma bateria de exames médicos no Hospital Santa Cruz, em Curitiba.
A ordem do juiz da Lava Jato foi dada depois que os advogados de defesa pediram autorização para novo deslocamento de Bumlai para o hospital alegando que ele sofreu sangramento de urina na carceragem da Polícia Federal.
Os defensores pediram a Moro que autorizasse “a realização de exames essenciais à garantia da integridade física de José Carlos Bumlai, sem prejuízo do atendimento a eventual prescrição médica que se faça necessária após análise dos resultados”.
O pedido é subscrito pelos advogados Lyzie de Sousa Andrade Perfi, Thiago Diniz Barbosa Nicolai e Bruna Araújo Amatuzzi, do escritório Malheiros Filho, Meggiolaro Prado Advogados.
A defesa pondera que antes de ser preso preventivamente na 21ª fase da Operação Lava Jato, no dia 24 de novembro de 2015, Bumlai “estava realizando acompanhamento médico regular em virtude de diversos problemas de saúde diagnosticados nos últimos anos, entre eles o glaucoma”.
“Além de confirmar tal informação, no último dia 11 de janeiro, o médico da família indicou a extrema necessidade de realização de exames para investigar o episódio de sangramento de urina ocorrido na carceragem da Polícia Federal de Curitiba bem como a necessidade de realização de fisioterapia para tratar a osteoartrose”, assinalam os defensores.
Os advogados de Bumlai revelam detalhes sobre as complicações que afligem Bumlai e sua família. “Nos últimos dias tem apresentado novamente sintomas de prurido, irritação e baixa acuidade visual. Sinais que, considerando o histórico médico, indicam a probabilidade de novo quadro de glaucoma. É importante salientar que o não tratamento dessa doença pode trazer sérias consequências a seu portador, inclusive a cegueira. Bem por isso é que o médico pessoal solicitou a realização de exames para possibilitar o diagnóstico da possível enfermidade relacionada aos sintomas mencionados.”
O juiz Moro anotou que no dia 11 de janeiro já havia permitido o deslocamento de Bumlai ao Hospital Santa Cruz para que realizasse exames “devido a episódio de sangramento na urina recorrente desde antes de sua prisão”.
“Havendo recomendação médica, não cabe a este Juízo valorar a pertinência ou não da realização dos exames. Observo, no entanto, que o problema do trato urinário não é recente, tendo ocorrido sangramento antes mesmo da efetivação da prisão, sem que o custodiado tenha se submetido de pronto a tratamento.”
Ao determinar que o amigo de Lula passe por uma sequência de exames, o juiz da Lava Jato registrou que a Polícia Federal “possui limitado recurso humano para a realização de escolta, o qual já está bastante comprometido com o deslocamento rotineiro dos presos relacionados à assim denominada Operação Lava Jato”.
Moro observa que ‘o ideal é que o custodiado, uma vez no ambiente hospital, realize uma bateria de exames destinada a aferir a causa e a real gravidade da sua situação de saúde’.
“Inviável o deslocamento rotineiro do custodiado, com escolta, para a realização de exames de forma parcelada. Com essas considerações, intime-se a defesa para que, após contato com o médico pessoal de José Carlos Bumlai e com o médico responsável pelo seu atendimento no Hospital Santa Cruz, informe a este Juízo possível data para a realização de bateria de exames (oftalmológico, urológico etc) no custodiado, preferencialmente no mesmo dia e à sua expensa. A data deverá se informada a este Juízo com antecedência mínima de três dias úteis para viabilizar a preparação da Polícia Federal.”
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