O juiz federal Sergio Moro, que conduz as ações da Operação Lava Jato, entrou com uma representação no Ministério Público Federal (MPF) acusando de calúnia e difamação dois blogueiros que publicaram conteúdos sobre a família e a trajetória profissional do magistrado.
Na peça, Moro aponta Fabiano Portilho, do “Portal I9”, e Miguel Baia Bargas, do “Limpinho&Cheiroso” como responsáveis por alguns dos “blogs de atuação duvidosa [em que] têm sido pontualmente veiculadas afirmações falsas, caluniosas, difamatórias e injuriosas do ora requerente [Moro]”.
O juiz menciona quatro matérias para embasar a acusação de que ele e sua família vem sendo caluniados. Entre elas estão uma reportagem que afirma que a mulher de Moro foi assessora do ex-vice-governador do Paraná, Flávio Arns (PSDB). Outro texto diz que o proprietário de um escritório em que Moro trabalhou como advogado – antes entrar na magistratura – estaria ligado ao desvio do dinheiro da Prefeitura de Maringá (PR).
Para ele, o objetivo das reportagens é “revelar inexistente vínculo” com partidos políticos da oposição e afirmar que pessoas de seu círculo de relacionamento “seriam criminosos”.
Moro justifica a ação dizendo que “embora tenha tolerado por algum tempo essas notícias infamantes, a reiteração e a estratégia de baixo calão moral de atacar sucessivamente pessoas ligadas” a ele o forçou a recorrer ao MPF. Na representação, o juiz rebate as alegações publicadas pelos blogueiros e usa adjetivos como “delirante” e “criminosa” para se referir a elas.
Moro destaca que, “embora as matérias sejam falsas, não desejo qualquer providência de censura ou interdição por ser contra, por princípio, essa providência”.
Miguel Baia, do blog “Limpinho&Cheiroso”, escreveu sobre a representação em sua página e disse que nunca teve intenção de difamar o juiz. Segundo ele, seu blog apenas reproduz conteúdo de outros veículos.
Já Portilho, que aparece como redator-chefe do “Portal I9”, não escreveu sobre o assunto em seu site, mas usou página que leva seu nome em uma rede social para falar sobre o assunto: “Diziam que não era um petista fiel e que não vestia a camisa. Olha a paga”.
No texto pergunta se a presidente Dilma Rousseff ou o senador Delcídio Amaral (PT-MS) irão pagar seus advogados e conclui: “Em Tempo: Não sou Zé Dirceu!”
Em uma busca no site da Justiça Eleitoral do Mato Grosso do Sul, Portilho aparece como réu em diversas ações por calúnia e difamação.
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