O juiz federal atendeu pedidos da Polícia Federal e do Ministério Público Federal de prorrogação das prisões por mais cinco dias para que haja mais tempo para análise de depoimentos e provas.| Foto: Marcelo Andrade/Gazeta do Povo

O juiz federal Sergio Moro prorrogou as duas prisões da 20.ª fase da Operação Lava Jato, no final da tarde desta sexta-feira (20), deflagradas na última segunda-feira (16). Atendendo pedidos da Polícia Federal (PF) e do Ministério Público Federal (MPF), Moro determinou que o ex-gerente da área Internacional da Petrobras Roberto Gonçalves e o operador Nelson Ribeiro permaneçam mais cinco dias detidos na sede da Superintendência da PF, em Curitiba.

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Ambos também foram ouvidos por delegados da PF nesta sexta-feira. Gonçalves prestou depoimento pela manhã e negou qualquer envolvimento com o esquema na Petrobras. Segundo o advogado dele, James Walker Júnior, o ex-gerente não possui ligações políticas e tem patrimônio compatível com seus rendimentos.

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Conforme o MPF, Gonçalves recebeu vantagem indevida em contratos da Petrobras em contas no exterior. Ele foi citado nos depoimentos do dono da UTC, Ricardo Pessoa, do ex-gerente da estatal, Pedro Barusco e do operador Mario Goes. “Não há uma prova documental segura, porém, de que a conta beneficiária era mesmo controlada por Roberto Gonçalves”, detalha o juiz na decisão de prorrogação da prisão.

Walker questiona a veracidade das informações prestadas. “Alguns delatores estão precisando buscar pessoas para acusar para que as suas delações tenham importância ao MPF. Chegou ao ponto em que ninguém acrescenta algo de novo, então precisam buscar novas pessoas e, nesse contexto, estão criando factoides”, disse.

Calado

À tarde, o suposto operador Nelson Martins Ribeiro ficou calando em seu depoimento na PF. O advogado dele, Rafael de Castro Alves Medina, declarou que a estratégia foi adotada diante de um interesse do investigado em fechar um acordo de delação premiada. O assunto, segundo Medina, foi discutido durante a audiência. “Mas as coisas precisam progredir mais, é o curso natural das investigações”, disse o defensor.

Conforme alegações do MPF, Ribeiro atuava como operador financeiro no interesse de empresários do Grupo Odebrecht e do ex-diretor de Abastecimento da Petrobras, Paulo Roberto Costa.