O prefeito José Serra (PSDB) adiou para esta quinta-feira, ao meio-dia, sua saída da prefeitura de São Paulo. O anúncio deverá ser feito em uma reunião com o secretariado, depois da posse do novo governador paulista, Cláudio Lembo (PFL). O que tem retardado a decisão do prefeito, que ontem entregaria carta de renúncia à Câmara, é uma nova pedra no sapato: o vereador José Aníbal, ex-líder do governo de Fernando Henrique Cardoso no Congresso, dirigente do PSDB paulista, que garante não desistir de sua pré-candidatura ao governo de São Paulo.
O prefeito deve esperar até o limite do prazo para se decidir. Seu tempo se esgota na tarde de sexta-feira, quando é finalizado o Diário Oficial de sábado e, pelo prazo legal, nele deve constar a renúncia do possível candidato a governador de São Paulo. Aníbal diz que aguarda a decisão dos critérios de escolha do candidato do partido.
- Está muito cedo para dizer que Serra tem essa preferência toda. Espero crescer nas pesquisas e tenho condições de vencer - afirma Aníbal.
Aliado de Alckmin na briga pela Presidência, Aníbal diz que a renúncia de Serra é um erro, pois a prefeitura paulistana ficaria nas mãos do PFL, com o vice-prefeito Gilberto Kassab:
- É um erro grave a renúncia. Ela não é necessária para que vençamos a eleição no Estado.
Ontem, Serra cancelou a agenda externa, e os vereadores tucanos já tinham se organizado para receber sua carta de renúncia. Especula-se que Serra tenha até montado sua equipe de campanha, encabeçada por seu secretário particular José Henrique Lobo, que coordenou sua campanha à Presidência em 2002.
O governador Geraldo Alckmin acabou "entregando" ontem a intenção de Serra de deixar o cargo. Com declarações ambíguas, pôs lenha na fogueira.
- Tenho conversado com o Serra, que está animado. Não vou fazer anúncio, vamos deixar que o prefeito, no momento que entender adequado, transmita sua posição - disse, após cerimônia de desativação de uma unidade da Febem.
Perguntado se haveria mesmo um "anúncio" por parte do prefeito, Alckmin disse:
- É claro que não precisa ter festa... Mas é claro que tem que ter (anúncio). É um fato, né?
Aníbal, presente ao ato, escutava. Alckmin disse que vai trabalhar para que a decisão tucana seja um consenso.
- Você tem o sentimento partidário e o popular de entusiasmo com a candidatura de Serra. O Zé Aníbal é uma pessoa que tem espírito partidário.
Alckmin disse que sua carta de renúncia chegará às mãos dos deputados hoje. A transmissão do cargo para o vice, Cláudio Lembo, do PFL, será nesta quinta-feira. Na segunda-feira, Alckmin vai a Brasília, onde começa a definir os planos da campanha.
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