O candidato do PSDB à Presidência da República, José Serra, afirmou que a petista e sua adversária na disputa, Dilma Rousseff, deveria ter pedido desculpas e afastado imediatamente os assessores acusados de envolvimento na montagem de um suposto dossiê contra o tucano. Durante gravação do programa Roda Viva, da TV Cultura, anteontem, ele novamente atribuiu a Dilma a fabricação do documento. "Não sei se ela (Dilma) tinha (conhecimento), mas ela é responsável", disse. O programa vai ao ar hoje, a partir das 22 horas.
Para Serra, o dossiê supostamente encomendado pela equipe da petista é material "requentado". "Quem não gosta de ouvir fofoca", respondeu ao ser questionado se os dossiês seriam um mal necessário nas campanhas. "O PT tem divulgado isso há muito tempo em seus blogs", afirmou. "Quando se fala em dossiê, é bom que se diga fajuto."
Ele negou que sua campanha use a mesma estratégia para atingir adversários. Ontem, no intervalo do jogo do Brasil com a Costa do Marfim, que assistiu em uma quadra esportiva na zona leste, Serra foi categórico ao cobrar do governo Lula investigação. "Tinha que ter uma comissão de sindicância, é o mínimo que se espera", disse. Pouco antes, Geraldo Alckmin, candidato tucano ao governo do estado, já havia apontado para o Planalto. "O governo federal precisa explicar como é que o sigilo da Receita é quebrado. A sociedade brasileira espera explicações."
Apesar de os petistas negarem a produção do dossiê, o PSDB insiste em responsabilizar a candidata do PT pelo episódio. "A principal responsabilidade por esse novo dossiê é da candidata Dilma Rousseff. Disso eu não tenho dúvida, assim como o principal responsável pelo dossiê dos aloprados foi o Aloizio Mercadante e como a principal responsabilidade por dossiês em 2002 foi do Ricardo Berzoini", disse Serra no primeiro comentário público sobre o episódio, no início do mês, logo depois das denúncias publicadas pela revista Veja.
Privatização
Na entrevista ao Roda Viva, Serra falou também sobre economia, segurança e educação, além de ter defendido a união civil de homossexuais, mas não o casamento, e se posicionado contra a descriminalização da maconha.
Ao abordar a privatização, assunto sensível ao PSDB, o tucano procurou mostrar em que pontos tentará marcar diferenças com as políticas do governo Lula. Questionado se levaria para o resto do país a política de privatização de estradas do estado de São Paulo, demonstrou considerar a possibilidade. "Mas uma coisa eu garanto: se for feito, vai ser bem feito", afirmou.
O presidenciável defendeu o modelo para os aeroportos brasileiros e criticou a concessão de empréstimos de bancos públicos para a fusão de empresas privadas, que classificou como o "modelo de privatização" do governo Lula. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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