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José Serra acompanha painel que mede quanto é arrecadado em impostos no país | José Luís da Conceição/AE
José Serra acompanha painel que mede quanto é arrecadado em impostos no país| Foto: José Luís da Conceição/AE

São Paulo - O pré-candidato à Presidência pelo PSDB, José Serra, atribuiu ontem o corte anunciado pelo governo federal nos gastos públicos ao mau gasto de recursos. "O uso do dinheiro de impostos é tão distorcido que agora, a seis meses do final do ano, a União está cortando gastos na saúde", criticou. Serra participou, no final da manhã, de evento promovido pela Associação Comercial de São Paulo (ACSP), no centro de São Paulo. Na ocasião, o impostômetro, que mede a arrecadação em impostos federais, estaduais e municipais no Brasil, registrou a marca de R$ 500 bilhões. Em 2009, esse valor foi alcançado em 24 de junho; em 2008, foi atingido em 25 de junho. Serra vaiou o impostômetro quando a marca foi atingida.

"Apesar de toda essa arrecadação, o gasto é tão mal realizado que, depois, acaba sendo necessário cortar em áreas importantes", disse, citando o caso da saúde. Com os cortes anunciados, o Ministério da Saúde terá R$ 344 milhões a menos. O Ministério da Educação foi o mais afetado e terá R$ 1,28 bilhão a menos para gastar em 2010. Com este novo corte, o orçamento da Educação encolheu R$ 2,34 bilhões em relação aos valores aprovados pelo Con­­­gresso Nacional.

Questionado se a solução para reduzir impostos seria a reforma tributária, o tucano sugeriu que há medidas mais imediatas e eficazes. "Mais que reforma tributária, precisa de uma política de gas­­­tos públicos correta e é necessário desonerar produtos de consumo da classe mais pobre. Você cria um mito da reforma tributária, mas há muita coisa que pode ser feita diretamente", acrescentou.

Carga tributária

Em encontro com empresários de Goiás, a petista Dilma Rousseff prometeu trabalhar, se eleita, pela queda dos juros básicos da economia a "níveis internacionais" até 2014. Isso se daria, se­­­gun­­do ela, com a queda da dívida do setor público a 28% do Pro­­­duto Interno Bruto (PIB). Em abril, a dívida estava em 42% do PIB.

Na terça-feira, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu a alta carga tributária brasileira. Em discurso de improviso na reunião da Comissão Econômica para América Latina e Caribe (Cepal), em Brasília, Lula disse que sem os impostos "o Estado não pode fazer absolutamente nada".

"Tem muita gente que se orgulha de dizer: no meu país, a carga tributária é de apenas 9%. No meu país, a carga tributária é de apenas 10%. Quem tem carga tributária de 10% não tem Estado. O Estado não pode fazer absolutamente nada", afirmou.

Segundo a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), a carga tributária sobre salários no Brasil fica entre 32 e 35%, acima de países como Inglaterra (32%), Estados Unidos (29%) e Austrália (26%), que possuem serviços públicos de melhor qualidade que o brasileiro.

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