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Esperança

PT ainda sonha com o pedetista

Apesar do assédio cada vez maior do PSDB a Osmar Dias, o PT ainda acredita em uma coligação com o senador do PDT para a disputa ao governo do estado. O maior sonho petista é reproduzir no Paraná a aliança que dá sustentação ao governo Lula, unindo PT, PDT e PMDB. Com isso, o partido teria um palanque estadual forte para a ex-ministra Dilma Rousseff, que é pré-candidata à Presidência.

O deputado federal petista André Vargas destaca que o presidente Lula e o presidente nacional do PT, José Eduardo Dutra, afirmaram em mais de uma oportunidade que Osmar é o candidato ideal para o partido no Paraná. "Ele [Osmar] disse que, se o PT e o PMDB forem com ele, ele será candidato. Vejo grandes chances de isso ocorrer. Até porque, alguns membros do PMDB já estão se mostrando favoráveis à aliança, ao contrário do que ocorria antes", disse o parlamentar. "Estamos aguardando com paciência, mas [a aliança] depende do Osmar."

Para Vargas, a chapa ideal teria Osmar como candidato a governador, um vice do PMDB e Gleisi Hoffmann e Roberto Requião para o Senado. (ELG)

Em reunião da cúpula tucana realizada ontem em São Paulo, o pré-candidato do PSDB à Presidência da República, José Serra, defendeu o posicionamento do partido no Paraná em tentar fechar aliança com o PDT. Ao pré-candidato tucano ao governo do estado, Beto Richa, e ao presidente estadual do partido, deputado Valdir Rossoni, Serra disse que torce para que se consolide o acordo com o senador Osmar Dias, que também pretende disputar o posto de governador. Osmar, porém, ainda não se manifestou sobre o pedido do PSDB paranaense para que os dois partidos estejam juntos na eleição de outubro.

No encontro de ontem, Serra tomou conhecimento de como estão as conversas do PSDB local em busca de coligações. "Foi mais uma troca de informações. Relatamos a situação da nossa conversa com o Osmar e ele (Serra) disse para continuarmos nessa caminhada da proposta que fizemos ao PDT", afirmou Rossoni. Há pouco mais de uma semana, os tucanos apresentaram uma proposta oficial de aliança ao PDT, segundo a qual os pedetistas ficariam com a vaga de vice na disputa ao governo do estado e com uma das duas vagas de candidato ao Senado. Nessa composição, Richa seria o cabeça de chapa, enquanto Osmar disputaria a reeleição ao Senado. Até ontem, no entanto, o senador não havia tomado nenhuma decisão sobre a oferta tucana.

Na última segunda-feira, num jantar em comemoração do fim da multa do Banestado aplicada pela União ao Paraná, Osmar afirmou: "Me deem uma aliança que eu serei candidato". A declaração foi uma clara referência ao PT e ao PMDB. "O que me falta é uma aliança que me dê sustentação para disputar uma eleição. Estou disposto a disputar, mas quero saber se os que estão dizendo que eu tenho que disputar me ajudaram ou vão me ajudar a formar essa aliança, para me dar condições de vencer", disse, durante o jantar. "Não sou irresponsável para colocar ninguém em aventura. Se me derem estrutura, eu vou para a disputa."

Ontem, especulou-se que Osmar teria se reunido com Serra em São Paulo na última quarta-feira. Por meio de sua assessoria de imprensa, entretanto, o pedetista negou que o encontro tenha ocorrido. Segundo o senador, o panorama eleitoral continua o mesmo descrito no jantar de segunda-feira. "Não há aliança nem para um lado nem para o outro. As conversas prosseguem normalmente com todos os partidos", afirmou, por meio da assessoria.

Richa confiante

Na saída da reunião com José Serra, Richa demonstrou confiança sobre a possibilidade de acordo com Osmar. "Estamos próximos de chegar a um bom entendimento com o senador Osmar Dias. Creio que na semana que vem já devemos ter um resultado fechado", afirmou. " Esse é o caminho natural do PDT, que é reeditar a coligação de eleições anteriores. Sei, inclusive, que o senador vem sendo cobrado por setores do agronegócio em relação à sua aproximação com o PT."

A confiança em um acordo é tanta que, nos bastidores, comenta-se que a vinda de Serra ao Paraná – acordada na reunião de ontem, mas ainda sem data definida para ocorrer – seria para formalizar a aliança entre os dois partidos. "Respeitamos o tempo do senador Osmar Dias. Ele tem questões internas a resolver para que possa tomar essa decisão", afirmou Rossoni.

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