O pré-candidato do PSDB à Prefeitura de São Paulo, José Serra, disse neste sábado (3) que o governo federal está "se mexendo muito" para favorecer a candidatura de Fernando Haddad à Prefeitura de São Paulo. Em seu primeiro dia de campanha na rua, Serra foi ao Frangó, tradicional bar da zona norte de São Paulo, e criticou a postura do governo.

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"O governo federal está se mexendo muito para favorecer a candidatura do PT, o que é estranho. É legítimo que os partidos se movimentem, mas aí é mexida de governo mesmo, muitas vezes por questão de apoio político", disse ele referindo-se à posse de Marcelo Crivella (PRB-RJ) como ministro da Pesca, em substituição ao petista Luiz Sérgio. Crivella é sobrinho de Edir Macedo e bispo da Igreja Universal. Sua nomeação para o ministério foi avaliada como uma tentativa de obter apoios dos evangélicos à candidatura de Haddad.

Serra afirmou ainda que escolheu a zona norte para iniciar sua campanha para "dar sorte". Isso porque, segundo ele, foi em sua gestão como prefeito que foi inaugurado o centro cultural da juventude, que fica na região. "Era um mercado inacabado desde 1988, e em 2004, em menos de um ano, transformei em centro cultural. Talvez isoladamente foi uma das melhores coisas que fiz na minha vida", disse.

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Embora tenha mencionado uma ação sua como prefeito, Serra não resistiu a criticar o governo federal. Ao falar sobre o plano de ampliação do metrô de SP ele mencionou que a Prefeitura pagou o projeto para viabilizar uma nova linha de metrô que irá até a zona norte da Capital. A ação foi feita em parceria com o governo do Estado, que pretende viabilizar o plano por meio de uma Parceria Público-Privada (PPP). "Metrô com projeto é meio caminho aberto. Grande parte dos problemas de paralisação de obras federais, como a Transnordestina e a transposição do Rio São Francisco, se deve ao fato de não ter projeto, mas nós temos um excelente projeto aqui", afirmou.

Serra evitou entrar em polêmica sobre as críticas feitas a ele por Fernando Haddad e José Aníbal, mas fez questão de defender o prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab (PSD), que tem sido criticado por membros do seu partido por ter feito aliança com o PSDB. "Eu não acho desconfortável. O PSD tem aliança conosco não apenas em São Paulo, mas também em Curitiba, Goiânia e Belém", disse. "Que houve aqui uns problemas no início, houve, mas na prática é uma questão que foi superada com nossa aliança e vai ser superada no trabalho conjunto de campanha."

Sobre Kassab afirmou: "Uma coisa é certa, Kassab sempre me disse depois da eleição presidencial que se eu fosse candidato ele estaria do meu lado."

O pré-candidato justificou sua ausência na missa de 11 anos de Mário Covas. "Eu fui ao Rio de Janeiro ontem, tive um problema de alergia e gripe. Hoje de manhã estava muito mal, tomei muito histamínico e agora tive que tomar muito chá com cafeína para passar o efeito. Se fosse na missa iria estar com uma cara péssima", disse.

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