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Após meses de expectativas, o governador paulista, José Serra (PSDB), acabou assumindo nesta sexta-feira que irá disputar a Presidência da República em outubro. Ainda que não tenha dito literalmente ser candidato, Serra afirmou que lançará sua candidatura no início de abril.

"Faltam poucos dias... no começo de abril", disse Serra em entrevista ao jornalista José Luiz Datena, da TV Bandeirantes, ao ser perguntado quando lançaria sua candidatura.

O PSDB esperava há meses a manifestação pública do governador sobre sua candidatura à Presidência.

Nas últimas semanas, líderes tucanos, como o senador Tasso Jereissati (CE), vinham reclamando publicamente do fato de o governador não se apresentar como pré-candidato à Presidência, mesmo depois de o PT ter lançado a ministra Dilma Rousseff no mês passado.

"No partido há uns, como eu, que não estavam com ansiedade nenhuma. Mas havia os ansiosos, e por isso esse anúncio é positivo", disse à Reuters o líder do PSDB na Câmara, deputado João Almeida (BA). "Essa boataria cria um clima de instabilidade. Com esse anúncio, essas preocupações se dissipam."

Na entrevista, Datena questionou: "Como é que o senhor vai negar que é candidato à Presidência da República?"

Para quem vinha driblando sistematicamente a questão, desta vez Serra foi menos evasivo. "Não, eu não estou negando. Eu estou dizendo que nesse momento, enquanto eu estiver no governo, eu não vou fazer campanha, só isso."

E não se esquivou totalmente de questões bem mais complexas, como a possibilidade de ter o governador de Minas Gerais, Aécio Neves (PSDB), como seu vice.

"A coisa de vice é muito mais adiante... é um assunto que só vai ser resolvido bem depois, fim de maio, junho", disse. Neste momento, Aécio é pré-candidato ao Senado.

Sobre a disputa com Dilma, Serra avaliou que o governo atual fez coisas boas mas ainda existem problemas e que os eleitores decidirão "quem é mais capaz de garantir as coisas boas e melhorá-las e quem é capaz de enfrentar os problemas"."Naturalmente aí pesam as ideias, as propostas, e pesa o passado, o que cada um fez, como é que foi provado na vida pública", acrescentou.

Em suas declarações, Serra sinalizou um aspecto de sua estratégia de campanha: não trombar com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e enfatizar que será o candidato vencedor quem comandará o país nos próximos quatro anos.

"O Lula fez dois mandatos, está terminando bem o governo. O que nós queremos para o Brasil é que o Brasil continue bem e até melhor", disse. "Você tem que ver quem é que vai ser presidente, quem é que vai dirigir as coisas. Porque o presidente é insubstituível... não governa terceirizado."

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