O ministro das Relações Exteriores, José Serra, escolheu o embaixador Evandro Didonet para suceder ao também embaixador Marcos Galvão como novo representante brasileiro na OMC (Organização Mundial do Comércio). Galvão assumiu a secretaria-geral do Itamaraty.
A escolha foi feita nesta quinta (26) por Serra, que está despachando no Itamaraty no feriado. Didonet é gaúcho e ocupa atualmente o posto de embaixador do Brasil na Áustria e junto à Agência Internacional de Energia Atômica.
Plano de Serra de fechar embaixadas sofre resistência interna
É pelo impacto político que o fechamento de embaixadas mais gera críticas
Leia a matéria completaÀ reportagem, Serra rebateu as críticas de que, ao focar no bilateralismo, abandonaria as negociações multilaterais na OMC. Em sua defesa, diz que decidiu escolher para o órgão Didonet, que descreveu como um “excelente embaixador”, experiente e especializado no tema.
“Não sou contra a OMC, só que a estratégia do governo anterior de dar prioridade total a ela não vingou. Não podemos ficar presos ao multilateralismo, enquanto outros países avançam em acordos bilaterais”, afirmou.
Para reforçar sua intenção de não deixar de lado a OMC, o ministro de Relações Exteriores disse que o Brasil vai apoiar a recondução do brasileiro Roberto Azevêdo ao posto de diretor-geral do órgão, cujo mandato vai acabar no próximo ano.
Serra foi criticado por especialistas em comércio exterior sob o argumento de que o novo ministro corria o risco de, ao sair de um erro, entrar em outro. Ou seja, ao tomar a posição de não seguir a linha dos governos Lula e Dilma, que deixaram de lado os acordos bilaterais, passaria a abandonar as tratativas no âmbito da OMC.
Negociadores brasileiros lembram que os Estados Unidos, país que avançou em acordos bilaterais nos últimos anos, não deixaram de ter uma atuação intensa no âmbito da OMC.
Em sua estratégia de dar prioridade à busca de acordos bilaterais de comércio, Serra repetiu que vai negociar uma flexibilização das regras do Mercosul para facilitar esse tipo de negociação.
A ideia, segundo o ministro, ainda é embrionária, mas vai tentar facilitar que membros do Mercosul possam fazer negociações individuais com terceiros antes do início das negociações do bloco.
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