O candidato do PSDB à Presidência da República, José Serra, não comentou a pesquisa CNI/Ibope de intenções de voto, divulgada nesta quarta-feira (23). A petista tem 40% das intenções de voto e Serra tem 35%. Marina Silva (PV) aparece com 9%.
Na hora em que foi divulgada a pesquisa, o tucano fazia uma caminhada pelo centro comercial de Guarulhos, na Grande São Paulo. Informado sobre os números do levantamento por jornalistas, respondeu apenas: "Eu não vi."
PT vê erros em conduta de Serra
O líder do governo na Câmara, Cândido Vaccarezza (PT-SP), disse que a pesquisa revela que Dilma cresce à medida que se torna mais conhecida da população. Segundo ele, a população a compara com o candidato tucano e escolhe a petista como a "única que pode consolidar e aprofundar as conquistas do presidente Lula".
Na avaliação de Vaccarezza, Serra vem cometendo erros. "Serra falou contra o Mercosul, atacou a Bolívia, criticou o Banco Central e a política econômica do presidente Lula. Tudo foi uma derrapagem na linha que ele vinha adotando de não fazer oposição, e agora perdeu o eixo. Em cada lugar, ele é diferente", disse.
O líder afirmou ainda que Serra "derrapou de forma grosseira" quando acusou Dilma de envolvimento na preparação de um suposto dossiê contra ele.
Para PV, resultado é positivo
O coordenador da campanha de Marina Silva (PV) à Presidência, João Paulo Capobianco, considerou que o resultado da pesquisa é positivo para a senadora. A senadora alcançou o mesmo percentual de 9% das intenções de voto nos dois últimos levantamentos do Ibope, realizados no início de junho e em abril.
Para Capobianco, a candidatura de Marina mostrou que não haverá polarização na campanha. "A nossa avaliação é de que o risco de a campanha se polarizar nos dois, no plebiscito, foi superado. A Marina participa de todos os eventos, debates, de todas as atividades promovidas pela imprensa, por órgãos de classe", afirmou.
Para o PV, as intenções de voto de Marina são significativas dadas as diferenças de infra-estrutura partidária na comparação com a petista e com o tucano.
"Para quem não tem nenhum recall, não tem apoio direto do governo, é um patamar importante. Conquistamos uma fatia importante de eleitores", diz. Segundo ele, o início da campanha, em julho, vai mudar a estratégia do partido: Marina poderá ser apresentada como candidata e pedir votos.
"É um número significativo da população brasileira que já fez uma opção e que está sustentando essa opção. É com esses 10 milhões que já nos apóiam que vamos trabalhar para multiplicar [os votos]".
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