A decisão do governador de São Paulo, José Serra (PSDB), de nomear o ex-governador Geraldo Alckmin (PSDB) para a Secretaria de Desenvolvimento foi "uma jogada estratégica das mais inteligentes" e deixa o governador de Minas Gerais, Aécio Neves (PSDB), sem aliados em São Paulo para seu projeto de concorrer à Presidência da República em 2010. A opinião é do cientista político e integrante do Movimento Voto Consciente Humberto Dantas. Na sua avaliação, o anúncio pode precipitar a saída de Aécio do PSDB.
"Talvez ele tenha empurrado o Aécio para fora do partido, talvez tenha ganho força a tese de que efetivamente o Aécio possa ir para o PMDB", avaliou Dantas, ressaltando, entretanto, que é muito pouco provável que isso aconteça no curto prazo. Para o especialista, a adesão de Alckmin ao governo paulista foi um "tiro de canhão" em Aécio, pois, ao nomear o ex-governador, Serra trouxe para si um dos principais aliados partidários de Aécio em São Paulo. Além disso, de acordo com Dantas, Serra aumenta seu grau de controle sobre a disputa para o governo de São Paulo, ampliando ainda mais sua influência na legenda.
Dantas acredita que a nomeação de Alckmin foi "a melhor das respostas" ao anúncio de Aécio de que iria viajar pelo País para discutir o cenário "pós-Lula" no Brasil. "Não adianta sair visitando o País em 2009. A resposta do Serra é uma resposta política a um ato mais demagógico", apontou.
O cientista político destaca que a situação do governador mineiro fica "muito delicada" não apenas no PSDB, mas também no governo mineiro. E chamou atenção para o fato de que esse imbróglio deve se resolver até outubro, devido aos prazos de filiação partidária. Caso Aécio resolva realmente sair do PSDB, ele terá de se explicar na Justiça Eleitoral para justificar a mudança de partido e tentar manter seu cargo no governo estadual.
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