O pré-candidato do PSDB à Presidência da República, José Serra, defendeu o fim de dois tributos na construção de infraestrutura em saneamento no encontro com empresários promovido pela Confederação Nacional das Indústrias (CNI). Diante de uma plateia que pede com insistência a redução de impostos, de juros e de encargos trabalhistas, Serra afirmou que, caso eleito, no dia 2 de janeiro haverá "uma proposta eliminando o PIS e o Cofins do saneamento", referindo-se ao Programa de Integração Social e Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social.
Durante uma hora de participação individual no encontro, Serra partiu para o embate com a pré-candidata do PT à Presidência, Dilma Rousseff, não poupando comparações e críticas a declarações da petista, enquanto respondia aos questionamentos dos empresários. "Não entendi a explicação da política cambial e de juros. Entra governo, sai governo e ficamos com a maior taxa de juros do mundo. Temos a maior carga tributária do mundo entre os países emergentes", afirmou Serra.
Ele continuou no tom crítico ao falar de investimentos do país, louvados por Dilma Rousseff no encontro. "Somos o penúltimo país na taxa de investimento. Só perdemos para o Turcomenistão", disse. Em outro momento, Serra voltou a citar a petista quando afirmou que a indústria brasileira está perdendo espaço. "Se a ex-ministra está preocupada com esse assunto (indústria) quando fala de estaleiros, deveria se preocupar com as indústrias já existentes. Tem desnacionalização. A indústria vai ficando cada vez mais montadora, se liquidando por causa do câmbio."
O tucano pontuou críticas ao governo com realizações de sua gestão no governo do Estado de São Paulo e no Ministério da Saúde. "Conseguimos (em São Paulo) enfrentar cada uma das questões colocadas no âmbito nacional. Triplicamos a taxa de investimentos ao mesmo tempo em que melhoramos a relação dívida-receita. Conseguimos melhorar a situação financeira triplicando investimentos, sem criar nenhum novo imposto", afirmou Serra.
Duas críticas ao governo foram mais acentuadas pelo pré-candidato de oposição: aparelhamento político das agências reguladoras e de postos importantes do Executivo e falta de planejamento. "Falta planejamento, qualidade de gestão e falta capacidade para fazer sequenciamento dos investimentos segundo a ordem de prioridade", disse. Serra afirmou que a nomeação de indicados políticos para cargos fomenta o troca-troca e não garante maioria estável no Congresso. E questionou: "Por que um partido quer a diretoria financeira de uma empresa pública?"
Na defesa de uma integração no governo, o tucano repetiu hoje a frase que já provocou polêmica. "O Banco Central não é a Santa Sé. Diz uma coisa e está resolvido. Não é assim." Ele afirmou que, em seu eventual governo, não haverá disputa entre Banco Central e Ministério da Fazenda. "Comigo a equipe é integrada. Temos de ter uma integração política e fiscal. Uma política de gestão pública com planejamento."
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