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Insatisfeito com a política comercial do Brasil nos últimos anos, o candidato do PSDB à Presidência, José Serra, defendeu a criação de um mecanismo de flexibilização de regras no Mercosul para que o Brasil possa negociar diretamente com outros países.

As declarações do tucano foram dadas após um encontro nesta quinta-feira com o presidente da Comissão Européia, José Manoel Durão Barroso, no qual se discutiu uma aproximação entre os dois blocos.

"Acho que seria importante ter uma flexibilização das regras do Mercosul com terceiros para se ter velocidades diferentes", disse Serra a jornalistas.

"O Brasil tem mais condições de avançar sozinho com a União Européia do que com outros países do Mercosul... Não precisa mexer no tratado do Mercosul. Basta uma decisão de Ministros", acrescentou o presidenciável, que não poupou críticas à Argentina, que seria o nó das negociações para uma acordo comercial entre os dois blocos.

"Em 2004, os acordo caminhavam bem, mas a Argentina resistiu a abrir seu mercado a produtos alimentares da União Européia, o que não vejo motivo para isso", lembrou Serra.

Durão Barroso também mencionou a Argentina como uma entrave para as negociações entre Mercosul e UE. "Há condições de uma acordo, mas é preciso falar com a Argentina e os outros parceiros", disse.

Apesar dos entraves nas negociações, que envolvem a abertura européia a produtos agrícolas, e, em contrapartida, do Mercosul a produtos industriais, o presidente da Comissão Européia acredita que a crise que afeta os europeus pode ajudar no alcance de um acordo.

Segundo ele, como as economias européias passam por um arrocho fiscal para se adequarem a regras do bloco, o comércio, segundo Barroso, pode ser o caminho para alavancar o crescimento econômico dos países do velho continente.

"Há uma pressão fiscal do ponto de vista dos orçamentos e o crescimento na Europa não vai vir do investimento público. O comércio é o melhor amigo do crescimento e do próprio contribuinte", disse o líder europeu.

O candidato do PSDB aproveitou para criticar a política comercial brasileira para além dos problemas enfrentados no Mercosul. Segundo ele, durante o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, foram feitos poucos pactos comerciais com países de pouca relevância para o Brasil.

"O Brasil avançou na presença política, mas precisa avançar no campo econômico", concluiu.

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