Comunicação ajuda na popularidade, dizem especialistas
São Paulo - A popularidade do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), continua em alta, a despeito dos efeitos da crise financeira global no país. Pesquisa CNT/Sensus divulgada ontem aponta que a avaliação positiva do governo subiu de 71,1%, em dezembro, para 72,5% em janeiro. Já a aprovação ao presidente Lula passou de 80,3% para 84% no mesmo período. Trata-se de níveis recordes na série histórica da pesquisa CNT/Sensus.
Para especialistas ouvidos pela reportagem, o índice de 84% de aprovação do presidente só encontra paralelos em Getúlio Vargas e Juscelino Kubitschek e pode ser explicado pelo grande poder de comunicação que Lula mantém com grande parcela da população.
"Apesar dos efeitos da crise, o discurso do Lula ainda convence. Ele tem carisma e consegue passar para boa parte da população a ideia de que o país vai viver dias melhores", diz o cientista político e pesquisador da PUC e FGV de São Paulo, Marco Antonio Carvalho Teixeira. As políticas de transferência de renda, como o Bolsa Família, também são, na opinião dos analistas, o ponto essencial para definir a avaliação da população sobre Lula. "Se a crise não afetar esses programas, não haverá impacto na popularidade", afirma o cientista político e professor da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Fábio Wanderley Reis.
O sociólogo e cientista político Carlos Melo, do Ibmec São Paulo, atribui aos investimentos sociais a aprovação do governo federal. "A crise não chegou onde a ação do governo é mais forte, nas políticas públicas", disse.
Agência Estado
Brasília - O governador de São Paulo, José Serra (PSDB), lidera a pesquisa da CNT/Sensus de intenção de votos para a eleição presidencial de 2010, realizada com apresentação de lista de possíveis nomes para a disputa. Apesar disso, a intenção de votos de Serra recuou de 46,5% para 42,8% de dezembro para janeiro. Em segundo lugar aparece a ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, cuja intenção de votos passou de 10,4% para 13,5% no mesmo período. Em terceiro lugar ficou a ex-senadora Heloísa Helena, que recuou de 12,5% para 11,2%. A pesquisa CNT/Sensus foi divulgada ontem.
Em outra lista, em que concorre, ao invés de Serra, o governador de Minas Gerais, Aécio Neves, o PSDB continua na liderança, mas com intenção de voto significativamente menor. Aécio concentra 23,3% das intenções, em queda ante os 25,3% do levantamento anterior. Nessa lista, a ex-senadora Heloísa Helena aparece em segundo lugar, com 18,2%, ante 19,1% em dezembro. "Parte dos votos do Serra vão para a Heloísa Helena", disse Ricardo Guedes, diretor da Sensus. Dilma ficou em terceiro com 16,4% dos votos, ante 12,9% em dezembro. Brancos e nulos passaram de 26,1% para 23,5% no mesmo período e os indecisos subiram de 16,7% para 18,7%.
Segundo turno
Numa simulação de segundo turno entre Serra e Dilma, o tucano venceria com 50,8% dos votos contra 16,6% da petista. Em dezembro, na simulação de segundo turno, Serra tinha 53,7% e Dilma, 14,5%. Na disputa entre Aécio e Dilma, o tucano teve 30,4% das intenções de voto e a ministra, 23,9%. No levantamento anterior, Aécio tinha 32,3% e Dilma, 20,2%.
Em uma simulação de segundo turno entre Serra e Ciro Gomes, o governador paulista teve 50,2% das intenções e Ciro ficou com 14,7%, ante 52,7% e 13,9%, respectivamente, em dezembro. Na simulação entre Aécio e Ciro Gomes, a vitória tucana é mais apertada. Aécio aparece com 29,1% e Ciro, com 24,7%, ante 30,2% e 23,7%, respectivamente.
Segundo o presidente da Confederação Nacional do Transporte (CNT), Clésio Andrade, a queda nas intenções de voto dos candidatos tucanos, Serra e Aécio, é uma consequência negativa da disputa entre os dois pela indicação do partido à disputa presidencial em 2010.
A pesquisa CNT/Sensus foi realizada entre os dias 26 e 30 de janeiro, em 136 municípios de 24 Estados. Foram ouvidas 2.000 pessoas, e a margem de erro é de três pontos porcentuais, para mais ou menos.
Uso da máquina
O Tribunal Regional Eleitoral do Rio de Janeiro (TRE-RJ) está analisando o uso da máquina administrativa do governo paulista em benefício de uma possível candidatura do governador José Serra à Presidência da República nos comerciais da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp). A propaganda de R$ 9 milhões ficará no ar durante 45 dias, de novembro de 2008 a março de 2009, duas vezes por dia, na TV Globo e na TV Bandeirantes. Comerciais da Sabesp também foram veiculados no Paraná.
A investigação é preventiva, mas as explicações ficarão arquivadas e caso Serra oficialize a candidatura poderão ser usadas em processos por uso da máquina.
A Sabesp, por meio de nota, afirmou que as campanhas publicitárias Verão Espetacular, veiculada na TV Globo, e Projeto Verão, na Bandeirantes, foram veiculadas fora de São Paulo, porque "existe interesse comercial direto por parte da empresa de ampliar seu mercado, por isso é importante investir na construção de imagem institucional da Sabesp fora do Estado" e que a legislação estadual autoriza a empresa "a oferecer os seus serviços fora do território paulista".
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