PSDB não recebeu propina, diz diretório estadual de SP
O presidente do Diretório Estadual do PSDB, deputado Duarte Nogueira (SP), negou que o partido recebeu propina vinda de contratos públicos
Reportagem publicada nesta quinta-feira (8) pelo jornal Folha de S. Paulo revela um e-mail no qual um executivo da Siemens diz que o ex-governador paulista José Serra (PSDB) sugeriu um acordo entre duas empresas que participaram de uma licitação da CPTM, empresa que controla os trens metropolitanos de São Paulo.
O acordo, que foi sugerido em 2008, conforme a reportagem, buscava evitar que uma disputar entre as duas companhias travasse o certame e atrasasse a entrega dos veículos. O então secretário de Transportes Metropolitanos, José Luiz Portella, endossou a proposta de acordo.
O executivo que escreveu o e-mail é Nelson Branco Marchetti, diretor da Siemens, que encontrou Serra e Portella em um congresso da área ferroviária em Amsterdã, na Holanda.
A licitação em questão envolvia, além da Siemens, as empresas CAF (da Espanha) e Alstom (da França), e previa a aquisição de 40 trens.
Conforme o e-mail ao qual o jornal teve acesso, Serra teria proposto que a CAF, se vencesse a licitação, subcontratasse a Siemens para que esta executasse 30% do contrato. A Siemens ameaçava entrar na Justiça para desqualificar a rival espanhola. Serra teria dito, então, que ele e Portella, "considerariam" soluções para evitar que isso ocorresse e gerasse atraso na entrega dos trens.
A CAF venceu a disputa e executou sozinha o contrato, assinado em 2009.
O e-mail integra a documentação que o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), do Ministério da Justiça, recolheu para investigar uma possível prática de cartel em licitações da CPTM e do Metrô entre 1998 e 2008. Os documentos, entre eles o e-mail em questão, foram entregues pela própria Siemens, que colabora com as investigações para evitar punições caso os crimes sejam comprovados.
Outro lado
À Folha de S. Paulo, José Serra negou que tenha se encontrado com diretores das empresas e afirmou que a licitação foi limpa, com vitória de quem ofereceu menor preço.
José Luiz Portella negou irregularidades no certame e falou que as acusações são absurdas.
O Cade informou que não poderia repassar informações porque a investigação está sob sigilo.
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