Num início de campanha bombardeada por boatos de que a pré-candidatura de Geraldo Alckmin à Presidência pelo PSDB estava fragilizada, depois das denúncias contra a sua gestão no Palácio dos Bandeirantes, a cúpula tucana decidiu formar uma rede de proteção à sua campanha. O partido reuniu na noite desta quinta-feira em São Paulo 350 tucanos num jantar com correligionários e empresários paulistas. Com convites vendidos a R$ 2 mil cada, o PSDB estimava arrecadar R$ 600 mil com o jantar, dinheiro a ser destinado exclusivamente para gastos na pré-candidatura de Alckmin.
O ex-prefeito José Serra foi um dos convidados que comprou o convite para jantar com Alckmin. Ele chegou por volta das 21h e não quis falar com os jornalistas. Serra chegou acompanhado pelo secretário de governo da prefeitura, ex-ministro Aloyzio Nunes Ferreira. A sua presença no jantar foi vista por fontes tucanas como uma resposta aos boatos de que ele não estava bem de saúde (há quinze dias se submeteu a uma cirurgia para a retirada de uma hérnia) e também de que não vinha mostrando maior interesse pela candidatura de Alckmin. O ex-governador chegou ao restaurante às 21h30m. Serra ficou meia hora e saiu sem esperar por Alckmin. O ex-governador chegou um minuto depois de Serra deixar o restaurante. Ao chegar, Alckmin fez ironias com as suas dificuldades.
- Eu sou candidato e não avião para decolar. Minha candidatura está com 21% nas pesquisas, que é um piso muito bom para se começar uma campanha - disse Alckmin.
Ele negou crise com o PFL e falou que sua candidatura terá alianças mais amplas doque se imagina. Disse que considerava bom ter o PMDB ao seu lado, mas não quis dizer se aceitava no seu palanque o ex-governador Anthony Garotinho, acusado de irregularidades em suas contas.
- Seria deselegante de minha parte comentar a situação do Garotinho - disse Alckmin, ao chegar para o jantar.
Além de Serra, estiveram no jantar deputados ligados a Serra, como Alberto Goldman (PSDB-SP). O secretário da Casa Civil do governo paulista, Arnaldo Madeira, também compareceu ao evento. Lideranças nacionais, como o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e o presidente nacional do partido, senador Tasso Jereissati, não foram vistas no jantar.
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