Anunciada na semana passada, a indicação do deputado federal Osmar Serraglio (PMDB) para o Ministério da Justiça aumenta ainda mais o espaço dos paranaenses na cadeia de comando da Lava Jato. A pasta é o órgão ao qual está subordinada a Polícia Federal (PF), responsável por investigar o esquema do petrolão a partir de Curitiba. O passo seguinte, das denúncias à Justiça, está nas mãos do Ministério Público Federal (MPF) na capital do estado. Por fim, o Judiciário tem, da primeira à última instância, magistrados paranaenses em postos-chave na operação.
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Advogado por formação e exercendo o quinto mandato consecutivo na Câmara Federal, Serraglio será, no papel de ministro da Justiça, o chefe da PF. Em entrevista à Gazeta do Povo após ser confirmado na pasta, o peemedebista fez questão de frisar que sua nomeação não significa “nenhuma alteração” na operação. “Não muda nada. Não temos nada a ver com a Lava Jato. A Polícia Federal é subordinada ao Ministério da Justiça apenas administrativamente. A PF tem total autonomia. E a Lava Jato é do sistema Judiciário. O caso é deles”, afirmou.
A declaração do parlamentar vem em mais um momento cercado de boatos a respeito de supostas tentativas de esvaziar a investigação, que é comandada pela Superintendência Regional da Polícia Federal no Paraná, sediada no bairro Santa Cândida. Além de o esquema do petrolão ter começado a ser desvendado no segundo andar do prédio, em 2013, ali está todo o material apreendido nas 38 fases da Lava Jato. No local, também estão parte dos presos, como o ex-ministro Antonio Palocci e o empresário Marcelo Odebrecht.
Força-tarefa
Caso avalie haver indícios suficientes de que os investigados no petrolão cometeram os crimes apurados, a PF indicia os envolvidos e repassa o material das investigações ao MPF, que funciona no Centro da capital. Na Polícia Federal, a operação é liderada pelo delegado Igor Romário de Paula.
Com base no material da PF, a força-tarefa da Lava Jato em Curitiba, comandada por Deltan Dallagnol e formada por outros 10 procuradores, decide se denuncia ou não as pessoas indiciadas à Justiça.
A partir do oferecimento da denúncia, o caso passa às mãos de outro paranaense, o juiz federal Sérgio Moro, que comanda a Lava Jato em primeira instância. Do prédio da Justiça Federal localizado no bairro Ahú, Moro transforma os acusados em réus.
Em segunda instância, em Porto Alegre, o relator da operação no Tribunal Regional federal da 4.ª Região (TRF4) é o desembargador João Pedro Gebran Neto, curitibano e ex-juiz federal em Cascavel.
Já no Superior Tribunal de Justiça (STJ), em Brasília, um paranaense faz parte da Corte Especial, responsável por processar e julgar crimes comuns de governadores. Trata-se do ministro Félix Fischer, ex-procurador de Justiça do Ministério Público do Paraná, que também preside a 5.ª Turma do STJ, na qual correm os recursos e processos da Lava Jato. Por fim, no Supremo Tribunal Federal (STF), o paranaense Luiz Edson Fachin é responsável pela relatoria da operação desde a morte do ministro Teori Zavascki.
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