Brasília (AE) O relator da CPI dos Correios, deputado Osmar Serraglio (PMDB-PR), apresentou quinta-feira um relatório parcial em que aponta quatro caminhos do mensalão, o esquema de distribuição de dinheiro a políticos e partidos em troca de apoio ao governo.
No dia seguinte, o ministro das Relações Institucionais, Jaques Wagner, e o presidente da Câmara, Aldo Rebelo (PC do B-SP), disseram ter certeza de que o mensalão não existiu. O relator reage. Diz que o governo e Aldo não deveriam se manifestar com tanta convicção porque não conhecem os detalhes da investigação. "Estão protegendo pessoas", critica. E aponta o que considera uma confusão entre o caixa 2, dinheiro não declarado usado nas campanhas políticas, e o pagamento a deputados da base aliada. "O caixa 2 é a entrada do dinheiro. Mensalão é a saída", explica o relator.
Serraglio diz que, "por incrível que pareça", é integrante do PMDB governista, "mas com o tempero necessário". E garante que no relatório final não vai deixar de fora o PSDB. O deputado foi criticado por não ter citado, no relatório parcial, a campanha tucana pela reeleição do então governador de Minas, Eduardo Azeredo, em 1998. Na ocasião, o PSDB mineiro recebeu R$ 11,5 milhões de caixa 2 do empresário Marcos Valério Fernandes de Souza, o mesmo que montou o esquema de distribuição de recursos ao PT e aos partidos aliados, entre 2003 e 2005. "Tudo vai entrar, tudo do PSDB, do Azeredo, da Fundacentro", garante Serraglio, referindo-se também à fundação ligada ao Ministério do Trabalho investigada na CPI por contratos suspeitos com Valério, no governo passado.
O deputado pede "racionalidade" ao PT, critica o partido por não "separar o joio do trigo" e garante que o relatório conclusivo apontará fatos "e não criações". Quanto às eleições para a presidência, diz defender candidatura própria do PMDB, do governador do Paraná Roberto Requião.
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