O relator da CPI dos Correios, deputado Osmar Serraglio (PMDB-PR), disse nesta quinta-feira que pelo menos R$ 29 milhões saíram dos cofres de uma empresa estatal para abastecer as contas do empresário Marcos Valério, para em seguida serem repassados a partidos políticos. Ele preferiu, entretanto, não revelar o nome da estatal. Para o parlamentar, a movimentação financeira intermediada por uma agência de publicidade do empresário Marcos Valério é mais uma prova de que os supostos empréstimos feitos ao PT eram de fachada.
"São dois pagamentos muito expressivos - um de R$ 35 milhões e outro de R$ 23,3 milhões -, valores pagos por uma estatal de uma só vez à empresa do Marcos Valério. Este repassou os recursos ao Banco Rural, que fez um empréstimo que nunca cobrou. Então é evidente que não é um empréstimo", explicou o relator.
De acordo com Osmar Serraglio, do contrato de R$ 35 milhões, foram desviados R$ 10 milhões; e do contrato de R$ 23 milhões, foram desviados cerca de R$ 19 milhões. Entre as estatais que tinham contratos de publicidade com empresas de Marcos Valério estão os Correios, o Banco do Brasil e a Eletronorte.
O relator disse ainda que a CPI dos Correios continua aguardando uma confirmação de audiência com autoridades americanas para que uma comitiva viaje a Nova York em busca de informações sobre as contas do publicitário Duda Mendonça. A viagem estava marcada para a última terça-feira, mas foi suspensa devido à não-confirmação das reuniões.
Segundo Osmar Serraglio, só em última instância a CPI vai recorrer ao Supremo Tribunal Federal para garantir o acesso aos dados. Primeiro, a comissão vai pedir ajuda à Polícia Federal, que deve receber os documentos em no máximo duas semanas. Ao mesmo tempo, os parlamentares vão continuar tentando o acesso por via diplomática, em conversas com as autoridades envolvidas.
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