As manifestações que ocorrem nesta quinta-feira (17) em Curitiba colocou o serviço de inteligência das forças de segurança do Paraná em alerta, mas até o início desta tarde não havia previsão de conflitos. Apesar dos ânimos insuflados pela avalanche de acontecimentos políticos, agentes ouvidos pela reportagem destacam que não há indícios de que grupos venham a se enfrentar na capital paranaense. O monitoramento é feito de forma constante e em tempo real.
“Pode ter algum problema pontual. Alguém que passa buzinando de carro e reage a alguma provocação. Porque esse tipo de coisa não se pode prever. Mas não tem o menor rumor de confronto de grupos”, disse um oficial da inteligência da Polícia Militar.
As forças de segurança do estado monitoram as possibilidades de confronto a partir de diversos departamentos estratégicos. Um deles utiliza um software de inteligência que faz buscas na internet, principalmente em redes sociais, a partir de palavras-chave. O dispositivo cruza os resultados e checa análises de vínculo, fornecendo um diagnóstico às autoridades.
“Este serviço é feito de forma constante. Caso seja detectado algo, acionamos o aparato preventivo, que vai agir para evitar o confronto”, explicou um agente de inteligência.
Além disso, policiais se infiltram em grupos fechados de discussão e levantar informações que indiquem possibilidade de confronto. Por outro lado, o serviço de inteligência identifica lideranças dos movimentos e as monitora – até presencialmente. “Temos os P2 [policiais militares que trabalham à paisana] se infiltrando e agindo perto dos líderes”, apontou um oficial da PM.
Um dos cuidados das forças de segurança foi garantir que a marcha dos professores, que protestam pelo descaso na educação, não se cruze com os manifestantes que pedem a renúncia da presidente Dilma Rousseff (PT). “Estamos fazendo este monitoramento no sentido de eles não estarem no mesmo lugar e horário. Isso não deve acontecer”, afirmou.
Ainda assim, ele observou que policiais militares e as tropas especiais estão de sobreaviso. “Em caso de necessidade, eles estão avisados. Se precisar, é só deslocá-los”, disse o major.
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