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R$ 1,1 bilhão é o investimento previsto pelo governo do Acre para o projeto habitacional Cidade do Povo, que é suspeito de ter tido licitações direcionadas.

Em interceptações telefônicas feitas em dezembro de 2012 pela Polícia Federal, o ex-diretor-executivo da Secretaria de Habitação de Interesse Social do Acre Marcelo de Menezes menciona o governador do estado, Tião Viana (PT), numa conversa em que fala sobre um suposto conluio entre empresas da construção civil acrianas em obras estaduais.

Segundo relatório da PF sobre operação que apura possíveis fraudes em licitações no Acre, Menezes informa a um interlocutor não identificado sobre um edital de licitação, publicado no Diário Oficial do Acre em 13 de dezembro de 2012, para empresas interessadas na construção de casas na Cidade do Povo, maior projeto habitacional do governo acriano. "Teu negócio agora é vocês entrarem em acordo... Tem que meter o governador que ele tá bufando de raiva", disse Menezes.

O ex-diretor foi preso na última semana, juntamente com 14 servidores e empresários, durante a operação G-7, da Polícia Federal, que identificou um cartel de empresas que supostamente fraudavam licitações para as maiores obras do estado.

A Cidade do Povo terá investimentos de R$ 1,1 bilhão, segundo o governo. Será um bairro planejado para até 60 mil pessoas às margens da rodovia BR-364, em Rio Branco, com recursos do programa federal Minha Casa, Minha Vida.

Outro lado

A chefe da Casa Civil do Acre, Márcia Regina de Sousa Pereira, porta-voz do governo para o caso, disse que ainda não havia lido todo o relatório policial, mas afirmou que Tião Viana faz um governo "muito ético e transparente". "O governador tem uma agenda extremamente aberta, é muito acessível e fala com todos os setores da sociedade", disse, de modo que é comum que terceiros mencionem seu nome. "Marcelo Menezes [o investigado que cita o governador] não está mais no governo desde fevereiro. Eu não tenho como avaliar o que ele possa ter falado, não posso fazer juízo de valor", afirmou. Procurado, Viana preferiu não se pronunciar.

Logo após a deflagração da operação da PF, seu governo emitiu nota em que afirma apoiar os órgãos de investigação, mas que é necessário esperar pelas conclusões antes de atribuir culpa aos servidores.

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