Os servidores Justiça Federal do Paraná (JFPR) realizaram paralisações em pelo menos seis subseções pelo estado nesta terça-feira (28). O protesto foi contra as intervenções do governo federal nas previsões de reajuste salarial inclusas no orçamento do Judiciário. As informações sobre as cidades em greve são divergentes. Segundo o Sindicato dos Servidores da Justiça Federal e da Justiça Eleitoral (Sinjuspar), 13 subseções paralisaram as atividades total ou parcialmente durante o dia. Destas, seis foram confirmadas pela assessoria de imprensa da Justiça Federal do Paraná: União da Vitória, Campo Mourão, Umuarama, Ponta Grossa, Cascavel e Londrina.
Durante as paralisações, a previsão é de que o efetivo de 30% do quadro seja mantido no trabalho, mas apenas para atendimentos de casos de emergência, como questões relacionadas a pedidos de prisão preventiva ou soltura de detidos. A intenção dos manifestantes é que o atendimento ao público seja cancelado, assim como os setores de execuções fiscais, cível e criminal. Se a greve se prolongar, o sindicato alerta que existe a possibilidade de suspensão de prazos de processos.
Entretanto, segundo dados da Justiça Federal, em algumas cidades o número de funcionários mantidos no trabalho teria chegado a níveis menores que 30%. Em Umuarama, a informação é de que 90% dos servidores teriam aderido à paralisação. Nesta segunda-feira (27), em Pato Branco e em Francisco Beltrão, nenhum dos servidores teria trabalhado. A reportagem entrou em contato com o presidente do Sinjuspar, Jair Aparecido do Nascimento, que afirmou que vai entrar em contato com as subseções citadas para verificar a situação.
O movimento, liderado pelo Sinjuspar, começou na última quinta-feira (23). Desde então, interrupções temporárias nos atendimentos já foram promovidas em 15 das 18 divisões da JFPR.
Segundo Nascimento, a manifestação não é definida em assembleias estaduais. Ao fim de cada dia, os funcionários públicos de cada região se reúnem em uma assembleia para a definição da programação do dia seguinte.
Reivindicações
A decisão de entrar em "estado de greve" foi tomada, segundo o Sinjuspar, pela falta de reajustes salariais desde 2006.
Embora o Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão (MPOG) afirme não fazer negociações salariais com membros da Justiça Federal, os manifestantes acusam o governo federal de ter vetado a previsão de reajuste no ano passado. A situação é semelhante à dos servidores do Ministério Público (MP), em greve no desde o dia 15 de agosto no Paraná.