Os servidores da Justiça do Paraná vão atrasar o início do expediente nos fóruns e varas de Justiça por uma hora nesta terça-feira (13), em protesto contra a falta de estrutura de trabalho nas varas de 1° grau. Eles ainda pedem isonomia no tratamento do pessoal e na questão salarial dos servidores que trabalham no 1° e 2° graus da Justiça do Estado.
Durante a primeira hora do expediente, que começa às 12 horas, os funcionários das varas e fóruns da Justiça farão uma panfletagem e vão distribuir uma carta aberta à população que vai explicar a situação pela qual passa o Poder Judiciário no Paraná. Com isso, o atendimento à população começará às 13 horas.
Servidores do 2° grau teriam tratamento diferenciado, segundo o coordenador-geral do Sindicato dos Servidores do Poder Judiciário do Estado do Paraná (Sindijus-PR), José Roberto Pereira. Há diferença nos salários na comparação com os servidores de 1° grau. A defasagem nos vencimentos desses servidores chegaria a 22%, de acordo com o Sindijus-PR.
Pereira ainda exemplifica a situação de falta de isonomia ao falar que, em caso de falta cometida pelo funcionário, no 2° grau é montada uma comissão para analisar a ocorrência, que não passaria apenas pelas mãos do chefe da pessoa envolvida - no caso, um juiz. Nos fóruns e varas da Justiça, em caso de falta, a decisão sobre a abertura de um procedimento administrativo passa somente pelo juiz. "Quem decide é a mesma pessoa que o coordena a pessoa", reclama o coordenador-geral.
Estrutura
Os problemas das primeiras instâncias do Judiciário ainda passam por falta de estrutura, em especial nos fóruns e varas do interior do Paraná. Faltam, segundo Pereira, equipamentos, máquinas, melhor acesso a internet, espaço para o trabalho, além da carência no quadro funcional. "Nós pedimos um estudo para o Tribunal de justiça para saber quantos funcionários são necessários contratar. Eles sabem dessa situação", diz Pereira.
A falta de funcionários envolve desde o setor administrativo até a área de oficiais de Justiça. Em algumas comarcas, segundo o coordenador-geral do sindicato, faltam até juízes. "Isso prejudica não só o nosso trabalho, mas também o atendimento à população", lembra Pereira, sobre a demora para a população ser atendida.
Pereira lembra do roubo de armas do Fórum de Colombo, Região Metropolitana de Curitiba, um dos exemplos, segundo ele, da falta de estrutura nas comarcas do estado, até mesmo nas cidades mais próximas da capital. Em novembro de 2012, uma quadrilha entrou no fórum do município e roubou 296 armas. "Não havia lugar nem para guardar as armas", reclama.
O Tribunal de Justiça (TJ) do Paraná informou que as negociações ainda estão em andamento e que questões orçamentárias precisam ser analisadas para definir como resolver a pauta apresentada pelo Sindijus-PR. Uma reunião está marcada para a quarta-feira (14), na sede do TJ.
Briga de Pochmann e servidores arranha imagem do IBGE e amplia desgaste do governo
Babás, pedreiros, jardineiros sem visto: qual o perfil dos brasileiros deportados dos EUA
Crise dos deportados: Lula evita afronta a Trump; ouça o podcast
Serviço de Uber e 99 evidencia “gap” do transporte público em grandes metrópoles
Deixe sua opinião